Depois dos atentados do 11 de setembro de 2001, que completam 15 anos neste domingo (11), os Estados Unidos mudaram profundamente a maneira de encarar a presença de imigrantes e a chegada de visitantes ao país. Além do luto coletivo, os atentatos motivaram a chamada guerra ao terror para eliminar a rede Al-Qaeda.
Naquele dia, pela manhã, integrantes da rede Al-Qaeda assumiram o comando de quatro aviões comerciais norte-americanos. Dois deles foram lançados sobre as torres gêmeas do Word Trade Center, em Nova York, e a imagem do segundo avião sendo lançado sobre a torre foi veiculada ao vivo por emissoras de televisão do mundo inteiro. O terceiro avião foi lançado sobre o Pentágono, a quarta aeronove teria como destino a Casa Branca, mas caiu na Pensilvânia, em circunstâncias não reveladas. Quase 3 mil pessoas morreram no episódio.
Antes chamado de terra de oportunidades, os Estados Unidos mudaram regras para entrada e permanência no país e aumentaram a fiscalização nos aeroportos. Hoje, a imigração é tema central na disputa política entre conservadores e liberais, republicanos e democratas.
A Agência Brasil conversou com imigrantes que vivem no país e acompanhou a programação dos eventos políticos e religiosos realizados pela sociedade norte-americana na semana que antecedeu o dia de hoje.
Entre as muitas homenagens e os discursos de memória às vítimas, os norte-americanos deixam claro que o 11 de setembro foi um divisor de águas e que os atentados foram um choque de realidade sobre a vulnerabilidade do país. A partir dessa constatação, há os que alimentam o discurso do medo e da hostilidade aos imigrantes e aqueles que tentam mostrar que é na diversidade que reside a capacidade do país de se reinventar.
Há posicionamentos mais radicais, como o do candidato Donald Trump, que prega a deportação de imigrantes sem documentos, o término da construção do muro entre México e Estados Unidos e a proibição da entrada de muçulmanos.
O republicano já usou em vários discursos o 11 de setembro como exemplo e defende o isolamento e a restrição aos religiosos radicais como solução para a segurança do país.
Do lado contrário, o próprio presidente Barack Obama que, em sua mensagem em memória aos 15 anos do atentado veiculada ontem (10) pela Casa Branca, lembrou da dor causada pelos atentados, mas também pediu que o país afaste idéias separatistas.
Ele disse que os Estados Unidos não vão vencer o terror com um discurso de divisão. "Diante do terrorismo não podemos nos dividir, e não podemos reagir com divisão, porque isso é contrário à nossa diversidade e é o contrário do que nossa sociedade foi construída", afirmou.
Apesar do discurso, Obama recebe críticas por não ter conseguido resolver o problema de o país ter mais de 10 milhões de imigrantes sem documentação.
A proposta de anistia ou de uma reforma migratória não avançou no Congresso nos dois mandatos de Obama. A candidata Hillary Clinton fez promessas de que irá conceder anistia aos que já estão no país, mas há uma desconfiança sobre a capacidade democrata de resolver o problema.
Em primeiro lugar, pelo custo econômico, uma vez que a anistia iria ampliar os número de beneficiários da previdência social no país. Além disso, muitos conservadores associam o desemprego e a falta de salários justos na economia norte-americana a um excesso de mão de obra mais barata.