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Nova modalidade

Itália concede visto de trabalho a nômades digitais; veja regras e como funciona

Renan Maria - Folhapress
06 set 2024 às 16:36
- Reprodução/Canva
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Com milhares de processos relacionados à obtenção de cidadania represados no Brasil, a Itália lançou neste ano um novo tipo de visto que busca atrair os chamados nômades digitais. A iniciativa permite que trabalhadores remotos, sem necessariamente um passaporte europeu, estabeleçam-se no país por até um ano, com possibilidade de extensão.

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Anunciado em 2022, durante a pandemia de coronavírus, o visto começou a valer em abril passado. Devido ao trâmite burocrático, porém, foram só nos últimos dias que os primeiros nômades digitais começaram a chegar à Itália -a tramitação dos processos para elegibilidade e emissão do documento pode demorar quatro meses.

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Nômades digitais são profissionais que trabalham a distância e não dependem de uma base fixa. Já os vistos para esses indivíduos são implementados com o objetivo de impulsionar a economia, atraindo trabalhadores de alta ou média renda que não impactam o mercado local, uma vez que costumam atuar para empresas estrangeiras.


Cerca de 50 países e territórios em todo o mundo, incluindo o Brasil, possuem vistos para esse grupo, de acordo com levantamento da Immigration Report, empresa sediada nos Estados Unidos que oferece serviços de consultoria de dados. Na Europa, a Itália se juntou a uma lista que inclui Portugal, Espanha, Grécia, entre outros. A Turquia foi a nação mais recente do continente a implementar a modalidade.

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O critério financeiro é adotado para a emissão do visto. No caso da Itália, os candidatos devem ter uma renda anual maior do que € 28 mil (R$ 168 mil), o que equivale a € 2,3 mil mensais (R$ 14 mil). Esse valor, segundo a regulamentação, não precisa vir necessariamente do trabalho remoto, podendo ser complementado com rendimentos financeiros, por exemplo.


Também devem apresentar seguro saúde e comprovante de hospedagem. O candidato pode ser autônomo ou empregado, mas precisa ter um diploma universitário, com curso de no mínimo três anos, e comprovar pelo menos seis meses de experiência na área em que atua de forma remota.

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"Trata-se de um trabalhador bem visto porque não compete no mercado de trabalho local e não dá gastos para o governo. Ao mesmo tempo, tem dinheiro para se manter no país como consumidor em potencial", diz Vagner Cardoso, CEO do Terra Nostra, escritório de advocacia especializado em cidadania italiana.


A Itália é o país mais envelhecido da União Europeia e tinha 24% da população com mais de 65 anos em 2023, segundo dados da Eurostat, a agência de estatísticas do bloco.

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Diante da necessidade crescente de mão de obra estrangeira, o governo de Giorgia Meloni, de ultradireita, vem prometendo aumentar o número de permissões de trabalho para imigrantes de fora da UE. Segundo a primeira-ministra, o país vai emitir 425 mil novas permissões de trabalho para esse grupo até 2025.


Ao mesmo tempo, Meloni tem como uma de suas principais bandeiras o discurso contra migrantes em situação irregular, mas não tem conseguido mostrar resultados para seu eleitorado nessa área.

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Escritórios que atuam com processo de cidadania italiana temem que políticas populistas de Meloni respinguem no Brasil. No Congresso do país europeu, propostas que dificultam a obtenção do passaporte são vocalizadas pelo senador Roberto Menia, do mesmo partido da primeira-ministra. "E há muito tempo falam em mexer na lei [para obtenção de cidadania]", diz Cardoso.


Mais de 30 milhões de brasileiros têm direito à cidadania italiana, segundo a Embaixada da Itália no país, e os solicitantes que fazem o processo pela via consular têm de esperar até 12 anos em fila. Nesse sentido, o visto de nômade digital pode ser um facilitador para que o processo ocorra em território italiano, o que garante agilidade na tramitação.

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Como o serviço para nômades digitais ainda é considerado novo, não existem dados sobre quantas pessoas foram contempladas nos primeiros meses ou quais são suas nacionalidades.


Para conseguir o visto, os interessados devem comparecer a um consulado italiano e apresentar uma declaração assinada pelo empregador. Aos poucos, escritórios no Brasil têm se adaptado para também oferecer o serviço.


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Países ou territórios que oferecem vistos para nômades digitais


1 - África do Sul
2 - Alemanha
3 - Andorra
4 - Anguilla
5 - Antígua e Barbuda
6 - Argentina
7 - Aruba
8 - Bahamas
9 - Barbados
10 - Belize
11 - Bermudas
12 - Brasil
13 - Cabo Verde
14 - Canadá
15 - Chipre
16 - Colômbia
17 - Costa Rica
18 - Croácia
19 - Curaçau
20 - Dominica
21 - Emirados Árabes Unidos
22 - Equador
23 - Espanha
24 - Estônia
25 - Geórgia
26 - Grécia
27 - Hungria
28 - Ilhas Cayman
29 - Ilhas Maurício
30 - Indonésia
31 - Islândia
32 - Itália
33 - Letônia
34 - Macedônia do Norte
35 - Malásia
36 - Malta
37 - México
38 - Montenegro
39 - Montserrat
40 - Noruega
41 - Panamá
42 - Peru
43 - Portugal
44 - República Tcheca
45 - Romênia
46 - Santa Lúcia
47 - Seicheles
48 - Sri Lanka
49 - Tailândia
50 - Taiwan
51 - Uruguai


Fonte: Immigration Report, empresa sediada nos Estados Unidos que oferece serviços de consultoria de dados


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