Londrina

Usuários se revoltam com transporte coletivo

12 dez 2007 às 14:43

A situação de abandono que já estaria se arrastando há tempos acabou numa explosão de revolta na tarde de ontem entre os usuários do transporte coletivo que atende os distritos rurais da Zona Sul de Londrina.

A quebra de um ônibus que servia Paiquerê e Guairacá e falta de um carro reserva fez com que um grupo de mais de 100 passageiros bloqueassem a passagens dos coletivos que serviam também outras localidades da região tanto no Terminal de Irerê quanto na PR-445.


O protesto começou no terminal por volta das 15 horas, quando os moradores de Paiquerê, Guairacá e Vila Rural souberam que o ônibus que iria levá-los havia quebrado na estrada e eles teriam de aguardar pelo conserto. Foi a gota d'água para transbordar a revolta.


Um grupo de mulheres, homens e até crianças bloquearam a saída dos outros ônibus que saíram para outras localidades como Guaravera e Lerroville. Outro grupo foi para o trevo de acesso à Irerê e também impediu o trânsito dos ônibus. Rapidamente formou-se uma fila de ônibus parados com dezenas de passageiros insatisfeitos.


Já passava das 19 horas e a doméstica Maria Aparecida Coutinho que esperava um coletivo desde 15 horas para Paiquerê estava inconformada à beira da PR-445. ''Estamos só lutando pelos nossos direitos porque pagamos a passagem como todo mundo'', argumentou.


Ela reclamou que, além dos constantes atrasos, os passageiros estariam sendo submetidos a situações humilhantes dentro dos ônibus. ''Cedo, quando vamos trabalhar em Londrina chega a ser uma pouca vergonha. Vai um em cima do outro, mais de 100 passageiros. Acho que estão esperando morrer alguém fazer alguma coisa'', apontou.


Maria José Morais, que mora em Guaravera e também trabalha como doméstica em Londrina, confirmou as críticas e disse que a empresa estaria dando prioridade para os passageiros da cidade e esquecendo os distritos. ''Os ônibus são poucos e estão sempre lotados. Também chegam sujos e cheios de baratas. Uma barata até entrou no ouvido de uma mulher esses dias e ela precisou ir no hospital para tirar'', denunciou.


No Terminal de Irerê a revolta se repetia. Moradora da Vila Rural, a diarista Dalila Rodrigues esperava desde as 14 horas para chegar em casa. ''O pior é que não é a primeira vez'', garantiu. Ela afirmou ainda que a cada semana, a empresa estaria aumentando o número de microônibus para atender as comunidades da região, o que não estaria agradando. ''Queremos que a empresa melhore o serviço prestado porque do jeito que está não dá'', concluiu a zeladora Sileide Garcia. O impasse permanecia até por volta das 19h30.

Folha de Londrina


Continue lendo