Os herdeiros do barracão que fica na esquina da rua Paraíba com a travessa Belo Horizonte, no centro de Londrina, decidiram promover reformas no imóvel ao invés de demolir. No final do ano passado, a prefeitura indicou o risco de desabamento da estrutura, que está com uma das paredes cedendo, por exemplo. Por conta do perigo, o município interditou uma quadra da travessa Belo Horizonte – entre a Paraíba e avenida Leste-Oeste - em novembro, cenário que perdura até hoje.
As intervenções já começaram. “(A situação) foi resolvida. A obra será restaurada, pois, é muito bonita, de muita história. (Os herdeiros) não querem demolir algo desnecessário. Será feito o reforço na parede”, informou o engenheiro responsável por coordenador os trabalhos, Edson Schmitt. “É uma obra que vai acontecer com calma. É complexa e precisa de todos os cuidados”, acrescentou. O imóvel é da década de 1950 e serviu para a produção cafeeira e de algodão, na época.
Em fevereiro, a FOLHA mostrou que o poder público londrinense conseguiu na Justiça uma determinação para que o barracão fosse colocado abaixo ou que ações para evitar a ruína acontecessem. O prazo dado foi de dois meses, sob pena de multa diária de R$ 500, podendo chegar a R$ 30 mil. “O prazo para os proprietários do barracão é de 60 dias, contados a partir de cinco de abril, data da intimação da decisão dos réus, que residem em São Paulo. A contagem se dá em dias úteis”, explicou o procurador geral da prefeitura e secretário de governo, João Luiz Martins Esteves.
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Os proprietários, segundo ele, obtiveram licença junto à secretaria municipal de Obras para a demolição do prédio. “Em caso de descumprimento do prazo determinado há possibilidade de cobrança de multa diária em valor já fixado pelo juiz. Além disso, é dado ao próprio município realizar as obras necessárias para a demolição, pleiteando, posteriormente, o ressarcimento dos proprietários”, frisou.
Em razão da revitalização promovida pelos donos, tapumes foram colocados ao lado da estrutura, na travessa Belo Horizonte. Barreiras de concreto impedem o trânsito de veículos e pessoas na esquina com a rua Paraíba, no entanto, na quadra de baixo, no cruzamento da travessa com a Leste-Oeste, os alertas para não passar pelo lugar foram removidos e um cavalete está no chão.
Quem tem se aproveitado não pessoas em situação de rua e usuários de drogas, de acordo com comerciantes e moradores do entorno. A reportagem encontrou muito lixo, que vai de folhas até restos de embalagens de alimentos, uma televisão quebrada e fezes humanas. “Como têm algumas árvores baixas ali e agora colocaram os tapumes de ferro, tem gente vindo ficar nesse espaço, principalmente durante a noite. Gera um receio na vizinhança”, comentou um morador, que preferiu não ser identificado.