A promotoria do Meio Ambiente expediu recomendação administrativa à Prefeitura de Londrina, na sexta-feira (2), para que a administração municipal reavalie ou tome medidas que evitem possíveis problemas de lixo deixado por foliões no carnaval deste ano, principalmente na festa marcada para ocorrer no CSU (Centro Social Urbano) da Vila Portuguesa, conhecido como "Buracão", que fica em uma área próxima a um córrego.
Segundo a promotora Révia Aparecida Peixoto de Paula Luna, a medida tem o propósito de fazer com que a administração aja preventivamente, verificando as fragilidades ambientais nos locais onde haverá a festa. “O intuito dessa ação é para evitar que se repita o cenário desastroso ocorrido no evento do Carnaval de 2023, no Jardim Botânico”, afirma. Na ocasião, o lixo deixado pelos foliões provocou a ira da vizinhança.
Assim, o MP quer mobilizar a prefeitura para que cheque os aspectos ambientais e adeque o evento às questões ambientalmente corretas. O ofício foi encaminhado para as secretarias de Cultura e de Meio Ambiente, além da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) e para o prefeito Marcelo Belinati (PP).
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A promotora explica
que a recomendação sugere à Sema fiscalizar o CSU de forma a tomar
medidas mitigadoras e preventivas, de forma a considerar
o isolamento da área de preservação permanente do córrego ou
mesmo se é aconselhável manter o evento no local – previamente, o carnaval de rua em Londrina estava previso para o anfiteatro do Zerão, mas a prefeitura
decidiu mudar a festa para o Buracão da Vila Portuguesa. A alteração ocorreu atendendo a pedido do vereador Jairo Tamura (PL), que demonstroun preocupação com a festa popular na área central de Londrina.
O ofício do MP também orienta o fornecimento de sanitários químicos em quantidade adequada para o público previsto, assim como número suficiente de lixeiras, e a adoção de uma campanha educativa que informe a população sobre a importância do descarte adequado de resíduos, além da indicação clara e didática dos locais onde estarão instalados os sanitários e as lixeiras. “Com isso, acaba levando a uma conscientização para que não sejam jogados o tanto de resíduos como aconteceu no carnaval passado. Inclusive, houve a sugestão que seja ponderado para a substituição do vidro por latinhas”, diz a promotora.
A recomendação administrativa dá um prazo de 48 horas para que as recomendações sejam averiguadas e uma resposta seja dada. O secretário do Meio Ambiente, Ronaldo Siena, disse que os técnicos da pasta estiveram no CSU na tarde desta segunda-feira (5), mas ainda não tinha tido acesso ao relatório.
A reportagem também procurou a CMTU, que orientou a buscar a Secretaria de Cultura, e o Codel, mas o presidente do instituto não estava. Também tentou contato por telefone com o secretário de Cultura, Bernardo Pellegrini, mas ele não atendeu a ligação e não respondeu o pedido de entrevista feito por aplicativo de mensagens.