A Câmara Municipal de Londrina realizou, durante a noite desta quarta-feira (23), uma audiência pública para discutir as obras de revitalização que estavam sendo realizadas pela prefeitura no Bosque Central. O encontro foi organizado pela vereadora Lenir de Assis (PT). Ela lamentou, no final da reunião, a ausência de representantes da atual administração municipal. "Mas vocês podem ficar tranquilos. Todas as questões discutidas aqui hoje serão encaminhadas para a prefeitura", garantiu a parlamentar aos participantes.
O encontro contou com a participação da promotora de Defesa do Meio Ambiente de Londrina, Solange Vicentin, e de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da ONG Meio Ambiente Equilibrado, do Movimento Ocupa Londrina e de diversos londrinenses que se mostraram, durante a audiência, contrários ao projeto da Prefeitura de Londrina.
Muitos falaram sobre o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) que, apesar de obrigatório, não foi feito pelo município para embasar as obras realizadas no Bosque. A falta do EIV, por exemplo, foi o principal ponto citado pela ONG MAE na ação civil pública, acatada pela Justiça, que resultou na paralisação do procedimento no espaço.
Mas o que mais foi discutido no encontro está relacionado ao corte de pelo menos 20 árvores nativas no Bosque e a intenção do município de reabrir a rua Piauí pelo Zerinho. "Estou aqui como representante da OAB e como moradora da região. O projeto da prefeitura, além de ilegal, pode acabar com o sossego do londrinense que mora nas proximidades do bosque", destacou a advogada Regiane de Oliveira.
A promotora Solange Vicentin voltou a falar sobre o acordo que o Ministério Público quer fazer com o município. "Estamos cansados de discutir a ilegalidade da iniciativa. O município colocou em prática uma questão sem ter autorização ambiental. Tanto é que as obras foram embargadas pelo IAP. O que queremos agora é chegar em um meio-termo. Todos concordamos que o bosque precisa ser revitalizado, mas isso não quer dizer que o município vai poder fazer o que quiser com o espaço."
No início desta semana, em reunião na sede do Ministério Público, a promotora se reuniu com representantes do município e sugeriu que a revitalização seja feita no bosque, mas sem a reabertura da rua Piauí. Apesar da proposta, o prefeito Barbosa Neto insistiu que a via será reaberta.