A Prefeitura de Londrina, com o apoio de equipes da GM (Guarda Municipal), da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) e da Secretaria Municipal de Obras, iniciou, na manhã desta quarta-feira (12), a desocupação de instalações nas calçadas e no canteiro central da avenida Cruzeiro do Sul, na Zona Oeste do município.
A ação acontece após a Prefeitura concluir a duplicação de um trecho de 410 metros na via, que liga a avenida Luigi Amorese com a rotatória que dá acesso a BR-369 na altura do Moinho Dona Benta, na região dos Jardins Santa Rita e Leonor e é considerada uma rota importante.
As instalações são ocupadas, majoritariamente, por pessoas em situação de rua e usuários de drogas.
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MUNICÍPIO SE POSICIONA
Para a remoção, a Prefeitura usou duas retroescavadeiras e quatro caminhões e a CMTU bloqueou os dois sentidos da avenida durante a manhã. Segundo Pedro Ramos, secretário de Defesa Social, não há ordem judicial para a remoção.
"Não tem ordem judicial porque aqui não houve uma ocupação no sentido de invasão de propriedade. Não há reintegração. Aqui é uma rua que foi pavimentada recentemente e o pessoal que mora em frente à rua, para não ocupar seu espaço particular, começou a acumular material na calçada, que avançou na própria via pavimentada", explica.
De acordo com o secretário, o outro lado da avenida - que não conta com residências - contava com instalações, mas esses foram retirados pela Prefeitura antes da execução da obra de duplicação. "Até que a obra fosse concluída, as pessoas voltaram a ocupar o espaço, inclusive para fazer tráfico de drogas", aponta Ramos.
O secretário de Defesa Social explica, ainda, que equipes dos órgãos responsáveis avisaram aos moradores das instalações que a remoção aconteceria nesta quarta-feira. Segundo Ramos, a comunicação aconteceu três dias antes da ação.
"Hoje o trabalho é desobstrução de via. Hoje não temos um trabalho de fazer entrevista e acolhimento aqui. Teoricamente, esse trabalho já foi feito", respondeu o secretário quando questionado sobre a ausência de agentes da assistência social na desocupação.
MORADORES CRITICAM
A retirada das instalações atraiu críticas não somente das pessoas em situação de rua que ocupavam o local, mas também de moradores. Jefferson Diogo, que mora no Jardim Leonor, acredita que as ações da Prefeitura aconteceram sem planejamento. "A obra que precisa ser feita nem começou. Essas pessoas são moradoras, estão aqui há mais de vinte anos e agora estão todos na rua sem saber o que fazer", declara.
Diogo aponta, também, que as instalações são ocupadas por pessoas que prestam serviços para moradores dos bairros próximos. "Esses moradores trabalham e esse projeto é nada a ver. Onde está a assistência social para cuidar do povo? E amanhã? E depois? O que vai acontecer com esse pessoal?", questiona.
Segundo Diogo, a Prefeitura demarcou as instalações e disse que iria transferir as pessoas em situação de rua para outro local. "Agora chegaram com máquinas e estão destruindo as casas do pessoal."
OBRA DE DUPLICAÇÃO
A duplicação da avenida Cruzeiro do Sul irá funcionar como rota alternativa quando for iniciada a obra do Viaduto da PUC, na interseção com avenida Jockey Clube, na BR-369.
(Colaborou Guilherme Marconi.)