Pó e barro. Esses são os dois extremos que os moradores do jardim São Rafael II, na zona leste de Londrina, enfrentam em dias de tempo seco e chuvoso. Com as chuvas desta semana o lamaçal tomou conta do lugar e até das casas, dificultando o acesso das pessoas.
“Quando chove a gente atola. É ruim ter essa situação na porta de casa. Tem que lavar o calçado para usar no outro dia de novo. Fora o esgoto a céu aberto”, relatou a dona de casa Maura Cardoso, que aos 66 anos tem que andar com cuidado até chegar na residência para não escorregar e cair.
O bairro, que fica a menos de cinco minutos do centro da cidade e próximo à avenida Theodoro Victorelli, existe há cerca de duas décadas, entretanto, foi oficialmente formalizado em abril do ano passado. Na época, durante cerimônia com representantes da prefeitura, Cohab-LD (Companhia de Habitação de Londrina) e dos moradores, foi anunciada a regularização fundiária dos terrenos de propriedade da companhia, concedendo a escritura registrada em cartório para as mais de 100 famílias que vivem no assentamento.
Na mesma data, o município liberou o início de diversas obras de infraestrutura no local, com construção de meio-fio, calçada, rede de galeria pluvial e asfalto, implantação de iluminação de LED e arborização. As ruas são de terra. O prazo dos trabalhos era de dez meses, ou seja, venceu no final de 2021.
Um ano depois os serviços ainda não foram entregues e as pessoas que vivem na região afirmam que operários da empresa contratada via licitação, e que tem sede em Londrina, não aparecem para trabalhar há cerca de quatro meses. Manilhas estão espalhadas pelos terrenos.