O menino gênio Lorenzo Cruz Coneglian, de 13 anos, foi recebido por familiares, nesta sexta-feira (19) em Londrina, após ganhar a medalha de prata na etapa global da Olimpíada de Matemática Copernicus, ocorrida na Universidade de Columbia, de 14 a 17 de julho, em Nova Iorque (EUA).
A família do adolescente o recebeu com muita emoção e entusiasmo. Os pais não o viam desde 13 de julho, data em que ele embarcou para o exterior, juntamente com a delegação brasileira, rumo ao tão aguardado sonho de testar os seus conhecimentos a nível internacional.
Lorenzo conquistou a medalha de prata, destacando-se entre os melhores jovens matemáticos do mundo. A família, quando soube da classificação do menino para a competição, organizou uma campanha para angariar recursos para a viagem. Cerca de R$ 18 mil eram necessários para deslocamento e hospedagem.
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À espera pelo menino, a mãe, Paula Coneglian, expressou a felicidade e, ao mesmo tempo, preocupação ao vê-lo alçando voos tão altos - mesmo sendo tão jovem - ao sair do país sem companhia familiar.
"É a primeira vez que ele viaja sozinho. Mas tô tranquila, porque ele soube se virar. É muito independente, fez tudo direitinho. No começo, deu um aperto, mas vê-lo voar e alcançar os sonhos dele preenche o vazio."
Paula também explicou que a realização do sonho de Lorenzo é também a conquista de toda a família. "É muito emocionante ver que ele está conseguindo coisas que a gente nunca conseguiu. No dia da premiação, ele ficou tão emocionado e isso deu muito orgulho para nós."
Como não puderam comparecer presencialmente, os pais do menino gênio assistiram a premiação por uma transmissão via Instagram. "Ele mandou uma foto dele com a medalha e falou 'eu tô muito feliz'", relatou a mãe.
Lorenzo desembarcou no aeroporto de Londrina por volta das 14h45 desta sexta. Os pais, amigos, professores e parceiros fizeram festa com cartazes e gritos. O menino ficou emocionado, como pode ser visto no vídeo a seguir:
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Lorenzo, em seguida, disse à reportagem que a experiência foi única. "Foi muito bom, porque eu não estava esperando ganhar alguma coisa, pois as provas eram muito difíceis. Vi um monte de gente ganhando medalha de ouro nas preliminares, mas chegando lá [na final] chamaram o meu nome e fiquei muito feliz."
Ele ainda explanou que o seu maior desejo era trazer para os pais a medalha. "Eu estava querendo trazer justamente porque eles se esforçaram tanto para poder arrecadar esse dinheiro e foi muito bom retribuir [o esforço]".
Professores como agentes principais
O pai de Lorenzo, André Coneglian, que é professor, ressaltou à reportagem que os principais agentes no sucesso de Lorenzo são os educadores. Foi por meio deles que o menino descobriu as suas altas habilidades ainda na infância, quando começou a ler e escrever com apenas quatro anos.
"É mérito da professora da educação infantil. Ele tinha quatro anos quando a professora falou 'vocês viram que ele está lendo e escrevendo?'. Mesmo sem saber sobre, ela já dava atividades diferenciadas. Quem é educador tem que olhar para o aluno e oferecer o que ele está pedindo", ponderou o pai.
Fabiana Mori, atual professora de Lorenzo na sala de altas habilidades e superdotação, no 2º Colégio da Polícia Militar de Londrina, não escondeu o orgulho que sente do menino prodígio.
"O Lorenzo é incrível. É um aluno que me motiva como professora. Ele incentiva outros alunos. É um orgulho! Representou muito bem Londrina, o Paraná e o Brasil."
André Coneglian refletiu, no entanto, que há certos cuidados a serem tomados para que Lorenzo siga o seu caminho da melhor maneira possível.
"A nossa maior preocupação são as questões emocionais e psicológicas. Eles [os superdotados] absorvem muito do ambiente, diferente de outras pessoas. Com apenas quatro anos, ele teve gastrite nervosa e início de depressão. A gente precisa cuidar dessa parte, porque, se não houver direcionamento, pode ocasionar questões mais sérias e doenças emocionais."
A mãe de Lorenzo explicou que o valor necessário para a viagem só foi alcançado graças aos parceiros que ajudaram na divulgação da campanha e na doação de recursos. Segundo ela, ao todo foram arrecadados R$ 19,5 mil, além da passagem de ônibus, doada pela Viação Garcia, até São Paulo, onde ele embarcou para os EUA.
Alexandre Yamaue, membro do clube Rotary, enfatizou que a ação foi feita para ajudar o gênio a realizar o seu sonho de ir para Nova Iorque.
"Vimos a reportagem na Folha e fomos atrás para orientar sobre autorizações de viagem, a questão do visto e seguro de viagem. O clube deu um valor em dinheiro e convidamos a Kimiko Yoshii, que também viu a reportagem e ficou muito interessada em conhecer o Lorenzo, doando um valor para ajudar nas despesas nos EUA", pontuou.
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