Sem carro para transportar pacientes até serviços de atendimento médico há quase três meses, índios caingangues da reserva de Barão de Antonina invadiram a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Londrina.
Acampados no órgão público desde anteontem, eles reivindicam que o veículo seja consertado. De acordo com o cacique Alexandre de Almeida, esse não é o único problema enfrentado pela população de 480 indígenas da reserva. ‘Faltam medicamentos e até combustível para o carro.’
A presença de quatro gestantes em final da gravidez na aldeia aumenta a preocupação dos indígenas. ‘Não teremos como levar essas mulheres para o hospital’, disse o vice-cacique Luiz Gino. Ele garantiu que só deixariam o local com o veículo em boas condições. ‘Se o problema não for resolvido até amanhã (hoje), vamos colocar fogo nos carros (da Funasa) que estão aqui’, ameaçou.
De acordo com o coordenador regional da Funasa no Paraná, Rômulo Henrique Cruz, somente este ano, foram gastos cerca de R$ 20 mil em conserto com o carro. ‘Além deste carro (da marca Nissan), a aldeia possui um Gol. Eles não estão sem meio de transporte.’ Sobre a falta de medicamentos, Cruz diz que não procede.