No primeiro dia de interrogatórios dos réus na ação penal da Operação Publicano IV, o principal delator da suposta organização criminosa existente na Receita Estadual, Luiz Antonio de Souza, partiu para o ataque contra o Ministério Público (MP), do Paraná, nesta segunda-feira (6). Diante do juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, Souza acusou o MP de fazer "investigação seletiva", porque não teria, segundo ele, apurado com o mesmo rigor todos os fatos delatados por ele.
Souza, único entre os processados que continua preso, alegou que somente responderia as perguntas específicas sobre os fatos elencados nos autos após a apresentação integral dos vídeos de seus depoimentos dados ao MP na fase investigatória. "Se não tiver as gravações aqui, depois vão dizer que estou mentindo." A irmã dele, Rosângela Semprebom, adotou a mesma postura quando chamada para o seu interrogatório e reforçou o ataque ao MP.
A promotora de Justiça Leila Schimit confirmou que não houve gravações de todos os depoimentos referentes à Publicano IV e que todos os demais vídeos já estão no processo. "O Ministério Público reafirma a sua ética e lealdade processual. Todos os depoimentos colhidos foram assinados pelo réu colaborador, pelo seu advogado e o Ministério Público não está sonegando informações nem provas." Segundo ela, faltou aparato técnica para realizar o serviço. "Não era naquele momento possível fazer todas as gravações dentro da nossa estrutura."
Diante do impasse, advogados dos demais réus – são 110 réus ao todo – pediram a palavra para alegar ilicitude de provas e anulação da denúncia. Elias Matar Assad chegou a evocar exame de sanidade para Luiz Antonio de Souza. O magistrado deve decidir até esta terça-feira (7) sobre os requerimentos.
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