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Família doa órgãos de bombeiro triatleta que morreu após acidente na região de Londrina

Luís Fernando Wiltemburg - Grupo Folha
23 ago 2022 às 20:24

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- Marcos Zanutto/Arquivo Folha/21-08-2008
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A família do cabo do Corpo de Bombeiros Luiz Flávio Inácio da Silva permitiu a doação dos órgãos do oficial nesta terça-feira (23), após ele morrer na Santa Casa, onde estava internado desde a quinta-feira (18) após sofrer um acidente automobilístico na BR 369, em Uraí. Ele, que também era triatleta, teve a morte encefálica decretada pelos médicos na segunda-feira (22). 


Amigos e familiares planejam uma prova de duatlo no Lago Igapó 2, onde ele costumava treinar para as provas, como forma de homenagem à sua memória. Foi durante um destes treinos que Silva, então soldado, em um ato de bravura, salvou uma mulher grávida que havia sofrido um acidente, conforme contou a FOLHA em 2007

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Silva serviu o Corpo de Bombeiros em Londrina de 2005 a 2020, quando passou a servir em Cornélio Procópio, sua cidade natal. Na quinta-feira, trazia a mãe para Londrina quando sofreu o acidente. Em um dia chuvoso, o veículo teria aquaplanado e colidido lateralmente contra uma árvore.  

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De acordo com a ex-mulher de Silva, Lahis Francielle Pereira, Silva sofreu fratura no úmero, contusão no pulmão além de contusões na cabeça. No hospital, sofreu uma parada cardíaca antes da constatação da morte cerebral. “Ontem [segunda] pela manhã, os médicos já haviam dito que o cérebro não respondia a nenhum estímulo e iam começar o protocolo de morte cerebral. Então, a família optou por doar os órgãos. Então, ele é um bombeiro e salvou muitas vidas e, mesmo depois de ter ido embora, vai salvar ainda mais", diz. 

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Silva será velado nesta quarta-feira (24), a partir das 7h, no Jardim Pax Domini, em Cornélio Procópio e, às 11h, seu corpo será transladado em cortejo para o 3º Grupamento de Bombeiros para uma homenagem. De lá, seguirá para o sepultamento no Cemitério de Jataizinho. 

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Lahis recorda de Silva como alguém que não tinha inimizade e que, no quartel, era amado por muitos amigos. Silva deixa um irmão mais novo e a mãe. Será sepultado ao lado do pai, que morreu em 2021, vítima de Covid-19. “Ele [Luiz Flávio Silva] viajava muito, amava viajar e fazer provas em outros lugares. Enfim, acho que viveu todos os sonhos da vida dele. Será lembrado por viver intensamente”, diz. 


Amigo dos esportes e da profissão, o também cabo dos Bombeiros Julio Cesar Dinardi também está envolvido na organização do duatlo marcado para o domingo (28), com início previsto para as 7h e duração de duas horas e meia. A prova será composta de dez quilômetros de corrida, 40 quilômetros de ciclismo e mais cinco quilômetros de corrida. 


Devem participar triatletas de Londrina, mas a prova está aberta para praticantes de esportes que queiram participar de apenas uma das modalidades ou que queira assistir o desempenho dos esportistas. “Nós convidamos outros grupos de triátlon, que são nossos adversários, para praticarmos juntos. Assim, atletas que não convivem no mesmo espaço de treinamento estarão juntos em memória de um grande atleta”, afirma. 

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