O Tribunal do Júri da Comarca de Londrina condenou, nesta quinta-feira (17), a 11 anos e 1 mês de prisão Willian Gustavo do Nascimento pelo feminicídio tentado de Camila Cardoso Matias, cometido em janeiro de 2020, na zona rural de Tamarana.
O réu foi julgado à revelia, uma vez que se encontra foragido. A vítima depôs de forma remota.
Para atentar contra a vida de Camila, o réu atirou três vezes contra a mulher e só não consumou o crime porque a arma falhou.
Leia mais:
Motociclista 'tiktoker' avança sobre repórter de tevê que rejeitou brincadeira de mau gosto em Londrina
Barroso diz que país esteve perto do inimaginável, sobre plano de golpe e morte de Lula, Alckmin e Moraes
Idosas do CCI Oeste se apresentam nesta quarta no Lar São Vicente de Paula em Londrina
General elaborou e imprimiu no Planalto plano para matar Moraes e Lula, diz PF
A vítima, sua ex-companheira, se comprometeu a não revelar a autoria dos disparos para preservar a própria vida e a segurança de seus dois filhos.
Conforme pontua o Observatório de Feminicídios de Londrina - Néias, ao longo do processo essa versão acabou não se sustentando. "Como bem destacou o representante do MPPR (Ministério Público do Paraná), ninguém é atingido por três tiros de bala perdida", argumenta.
No julgamento, a defesa chegou a pleitear a absolvição do réu por não haver comprovação da autoria do crime para além da palavra da vítima, argumentação que não foi acatada.
"A assistente de acusação demonstrou o quão amedrontada e ameaçada a vítima ainda vive em função da violência sofrida. Diante disso, a despeito da relativa agilidade na conclusão do processo, o fato de o agressor permanecer solto é motivo de preocupação e reforça a sensação de injustiça para com a vítima", pontua Néias.
O Observatório defende, ainda, que "mulheres atingidas pela violência de gênero, especialmente em sua forma mais brutal, o feminicídio, precisam de amparo de uma rede intersetorial de atendimento a fim de retomarem suas vidas, o que se torna muito mais difícil sob a sombra do medo".