Brasil

Promotoria abre procedimento sobre 'menino escravo'

30 out 2018 às 13:56

A Promotoria de Defesa da Criança e do Adolescente de Natal instaurou um procedimento para acompanhar o caso da criança "fantasiada" de escravo pela própria mãe para uma festa de Halloween de uma escola particular em Natal. Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Norte, o procedimento vai transcorrer em segredo de Justiça, como estabelece o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

As imagens foram publicadas pela mãe da criança, Sabrina Flor que é simpatizante do presidente eleito Jair Bolsonaro, com várias postagens favoráveis ao deputado do PSL. Ela exaltou a "fantasia" do filho.


Nas imagens divulgadas em rede social, a criança usa maquiagem para simular as escaras de cicatrizes e ferimentos no corpo. Vestido apenas com algumas túnicas brancas, simulando um calção e uma faixa na cabeça, o menino também usa imitações de correntes e grilhões, instrumentos usados na tortura e aprisionamento de escravos.


"Quando seu filho absorve o personagem! Vamos abrasileirar esse negócio! #Escravo", publicou a mãe em sua conta no Instagram. Pouco depois da postagem, usuários comentaram a foto parabenizando a mãe pela criatividade e realismo da fantasia.


"Minha nossa senhora!!!! Causou kkkkkkkk", comentou uma usuária. "Meninaaaaa perfeito!!!", comentou outra.


O cantor Marcelo D2 também compartilhou as imagens da criança, mas fazendo críticas ao que via. "Quando você pensa que viu de tudo na vida", escreveu. Depois que a postagem do cantor ultrapassou os 2 mil retweets no Twitter, a mãe se manifestou pela mesma rede social.




"Não leiam livros de história do Brasil. Eles dizem que existiu escravidão de negros no País, mas isso é mentira. Não discuta com essa afirmação, pois você estará sendo racista, A PIOR PESSOA, um lixo. Só não entendi ainda se o problema foi o a fantasia ou o "17" na foto", escreveu Sabrina.


Defesas


A reportagem não localizou Sabrina Flor, mãe do "menino escravo". O espaço está aberto para manifestação.

A escola onde a criança estuda se manifestou sobre o caso. "Lamentavelmente, a escolha do traje para participação do Halloween, feita pela família do aluno, tocou numa ferida histórica do nosso País. Amargamos as sequelas do trágico período da escravidão até os dias de hoje. O colégio CEI não incentiva, nem compactua, com qualquer tipo de expressão de racismo ou preconceito, tendo os princípios da inclusão e convivência com a diversidade como norte da nossa prática pedagógica."


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