Tristeza
Lama
Lama
Lama.
Só
Lamaçal.
Lágrimas
descomunal.
Maria Antonieta Gonzaga Teixeira
*
Déjà Vu
Não sei se choro ou grito
Vejo uma tragédia repetir
Outro rompimento maldito
Na lama vidas vão sucumbir
Nem é preciso ser perito
A Vale não quis ali investir
Três barragens e um conflito
Pr'algum lugar elas vão fluir
As mineradoras o solo rasgam
Tiram grana e devolvem lama
Culpa? Elas sempre negam...
Outra vez a natureza reclama
Novamente os mineiros choram
E Brumadinho é visitada pelo IBAMA
Elciana Goedert (Ciça)
Neve do Tempo
Pouco a pouco espalhados,
Cobrindo jardins e eirados,
Flocos de neve vão,
Embranquecendo o chão.
Ao soprar do vento,
O vigor, a formosura, o alento,
Desaparecem sem guarida,
Na finitude da vida.
Poema da Professora Maria da Glória Colucci
*
A lama
Esvai vidas
Mais uma ferida
A se lamentar.
Entre a lama
Qual flor de lótus
Do lodo brotam
Límpidas almas
Para o céu enfeitar.
Escorre a lama
Como se fosse cama
Deitam os sonhos
Antes risonhos
E no vale medonho
Pra sempre adormecem
Sem florescer.
Daniel Mauricio