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Peças de Xadrez - Conto de Araceli Otamendi

26 set 2024 às 07:40

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- Imagem gerada pela IA do Bing
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Araceli Otamendi, poeta e escritora Argentina, nasceu em Quilmes, Provincia de Buenos Aires, mora na Cidade Autônoma de Buenos Aires.  Graduado em Análise de Sistemas (Universidade Tecnológica Nacional – Faculdade Regional de Buenos Aires). Ela estudou literatura principalmente na oficina de Mirta Arlt. É escritora e jornalista, fundou e dirigiu continuamente as revistas culturais digitais Archivos del Sur e Barco de papel durante vinte e dois anos.

Araceli publicou os romances policiais Pájaros Sob a Pele e Cerveja – Prêmio Fundação El Libro para Novos Escritores 1994 e Estranhos na Noite de Iemanjá. Em 2000, sua antologia de escritores latino-americanos Imagens de Nova York foi apresentada no Centro Rey Juan Carlos I da NYU, Nova York.

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Peças de Xadrez - por Araceli Otamendi

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"....Deus move o jogador, e o jogador a peça..."Jorge Luis Borges 

O poeta cego escreve o poema, ele sabe que Deus move o jogador e ele move a peça.(*)

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Que jogo de xadrez o ano novo trará? Onde estarão os peões, onde estará a rainha?

As torres? O bispo? Cavalo? Rei? Que jogo a sorte nos reserva? Peças brancas, peças pretas?

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O destino sabe – mas não diz nada – Deus sabe. 

Quais crianças com máscaras pintadas coloridas aparecem à noite? quem são?

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Que lugares inóspitos terei que percorrer mais uma vez? Perambulando, a escuridão encolhe até o limite. Ando por aí, piso em confetes, serpentinas azuis e violetas.

Pedaços de papel úmidos e pisoteados também. Você tem que deixar a água sair, para deixar tudo secar, escorrer, esvaziar, a água sairá algum dia.

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A sorte está lançada no tabuleiro de xadrez, as peças se movem incansavelmente.

Por um segundo, elas parecem olhar para mim, sérias, quietas, talvez à espreita.

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Será inútil questioná-las, eu não conheço o jogo.

Sozinha, diante do tabuleiro de xadrez, olho as peças cara a cara.

(*) Um verso do poema Xadrez por Jorge Luis Borges

© Araceli Otamendi



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