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Concurso do Sarau Virtual "A Palavra"

23 nov 2021 às 10:43

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Concurso do Sarau Virtual "A Palavra"

O Projeto Poetizar o Mundo, festejando "O Dia da Palavra", do Museu da Palavra da Fundação César Egido Serrano, de Toledo, Espanha, organizou um Sarau Virtual com o tema "A Palavra".

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Isabel Oliver González (da Espanha) e Rosa Portela (Brasil), ganharam o 1º lugar; O 2º Lugar foi conquistado por el poeta Daniel Mauricio; 3º Lugar: Valéria Borges da Silveira; E duas Menções Honrosas: 4º Lugar Maria Teresa Marins Freire; 5º Lugar João Batista do Lago.

Leia mais:

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Amo Joanita (Crônica de Isabel Furini)

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Ontem ganhei o dia (Crônica de Marli Boldori)

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Banco de Primavera - por Vanice Zimerman

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O tempo e os idosos (Crônica de José Feldman)

Foram jurados: Isabel Furini, Sheina Leoni Handel e Carlos Zemek.

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Poemas Ganhadores:


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A Força da Palavra Sevilha
Rosa Portela
Brilha no fogo, fogueira acesa, roda cigana.
Roda ao Luar, palavras ao vento que a fazem girar.
Dança cigana, ao som de Sevilha, Cidade de Fogo, Cidade de Luz.
Encantos na noite, violão, música, sorrisos.
Palavras ao vento que fazem seu coração voar.
Dança cigana, ao som de Sevilha. Cidade de fogo, Cidade de Luz.✨
(Rosa Portela - 20/11/2021)
*

ENDECASÍLABOS A LA PALABRA (POEMA EN ESPAÑOL)
Eres puente que sirve al raciocinio
de cómplice veraz de su incerteza.
Te ha vestido de largo el pensamiento
para herir los desiertos silenciosos.
Te plagias a ti misma, articulando
promesa interminable de sintagmas,
y hasta asombra al asombro tu elocuencia.
Articulas la voz que nos define
como hijos mayores de un planeta
en el lento proceso de la Historia.
Te pronuncias con asertos verbales.
Instalada en el cúmulo lenguaje
puedes contar lo fúnebre y difícil
que resultó matar a la paloma.
Puedes desbaratar las voluntades
jugando a la ventaja del más hábil.
Deudora del relevo del silencio,
tu presencia reclama ser oída
para no ser suplida por la nada…
También puedes ser canto que emocione
al alado Cupido con tu trova,
transitar a galope por lo inédito,
punto crucial entre el rubí –recuerdo-
y la esmeralda verde esperanzada,
que seca sus harapos al sol próximo.
Vencer, y convencer comunicando,
insinuar susurros victoriosos,
mentir, lisonjear, sacar partido…
Espejo de mil caras, que te miras
en la contemplación cuando te encoges.
La conciencia no es tuya. Sólo hablas.
Empólvate. Plática en los salones
y asciende a la verdad de las cloacas.
Defiende tu derecho antimordaza.
¿Quién eres tú para escoger tu sino?
Te debes al impulso que te manda.

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*

 2º
Palavras engolidas,
Sufocadas,
São pássaros
Se debatendo
Na garganta.
Daniel Mauricio
*

CACOFONIA
Maria Teresa Freire
Moro no meu silêncio.
Dispo-me dos sons
Permaneço nua a entender
A mudez do meu pensamento
Que nega as palavras.
Vivo na contemplação do mundo    
Que me faz descrente
Da balbúrdia social
Da cacofonia das vozes
Que distorce as palavras.
Prefiro
Morar no meu silêncio.

MENÇÕES HONROSAS
4.º
Apenas Palavras
 Valeria Borges da Silveira
"... E as palavras correm soltas no papel
Como saíssem de minha boca
Belas, loucas
E eu me calo como quem esconde o rosto
E leio minhas palavras
Nem perfeitas
Nem eternas,
Nem mesmo algo mais absoluto.
Sou isca de minha própria vida, palavra"
*
5.º
PALAVRA
DE João Batista do Lago
Coisa estranha este fenômeno: Palavra!
Nela tudo se decompõe
Numa razão assimétrica
Incoerente e disfuncional
Para no ato seguinte
Ser toda ela funcional
De toda metafísica que se impõe
Não conheço qualquer ser
Que dela não dependa
Nada se lhe escapa
– seja na vida;
seja na morte
Tudo dela depende:
Paz e guerra
Homem e mulher
Criança e adulto
Fome e fartura
Miséria e riqueza
Leis e anomia
Patrão e empregado
Trabalho e desemprego
Céu e terra
Deus e diabo…
Não há na vida
Nem na morte
Sujeito de tamanha grandeza
Dela tem-se toda verdade
Mas a mentira nela invade
Ó, a Palavra!
Reina de todos Poetas
Dela fazem uso os Filósofos
A ela se quedam os cientistas
Diante dela ajoelham religiosos
Na retórica é brinquedo de sofistas
Santa e demoníaca é a Palavra!
Desperta amor e ódio
Fere a alma e o espírito como faca de dois gumes
Rasga a carne do verbo
Dilacera corações de amantes (e)
Beija as mãos que apedreja
Palavra! Ó tu, meiga e doce Palavra!
Rude e azeda como o fel da ponta da lança
Voraz, caidiça, decrépita e senil
Bela, altiva, nobre e digna
Arrogante, soberba e presunçosa
Sou-te o mais humilde escravo na floresta do discurso
Nada – desde a poeira do nada – define-te. Nada!
Explicar-te é todo o mistério
Entender-te é tudo que se deseja
És toda possibilidade do Ser – deus ou diabo –
Habitas no sonho, na realidade e no real
Constróis e desconstróis paraísos e infernos
És o símbolo oculto da mandala
De Parmênides a Sócrates
De Platão a Aristóteles
Sânscrita, ó Palavra, tu és
És mestre do hinduísmo e do budismo e do tantrismo
És, enfim, a Paidéia de tudo ser

*






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