A crônica sobre o bullying ideológico nas universidades e escolas deu pano pra manga. O texto foi bastante compartilhado, tanto aqui no #BondeBriguet quanto no portal da Folha de Londrina.
A seguir, destaco quatro comentários de leitores que abordam o assunto. A primeira leitora é bastante crítica ao meu texto; os outros, nem tanto. Peço que leiam e reflitam. Volto a dizer: a doutrinação ideológica dos jovens que às vezes chega ao nível de lavagem cerebral é um dos problemas mais graves da sociedade brasileira. O futuro do país depende de como agiremos para corrigi-lo.
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Olá Paulo Briguet,
Gostaria de convidá-lo para participar das minhas aulas na UEL, faço comunicação social - relações públicas, curso que faz parte das ciências humanas, ou desumanas como você se referiu em sua coluna.
Faço o convite para você poder ver que nas aulas ninguém faz veneração da esquerda ou se retrai para a direita. Tenho professores que falam abertamente: sou de direita ou sou de esquerda, mas nenhum faz com que os alunos vão para um "lado". Pelo contrário, nos ensinam o que tem de positivo e negativo em cada um, para que nós, alunos, pessoas que estão aprendendo a pensar por si, siga um dos lados, ou nenhum.
Então peço, encarecidamente, que pense antes de escrever, em vez de sair falando coisas que desconhece. Diferente de mim, existem pessoas que, infelizmente, leem a sua coluna e por não ter conhecimento aprofundado em algumas coisas que você diz, as adotam como uma verdade, sendo que não é!
Em vez de ficar fazendo a guerrinha Direita X Esquerda, por que não adota a humanidade como um lado? Pelo menos me faria ter vontade de ler sua coluna, a qual preciso ler obrigatoriamente, com desgosto.
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Li recentemente teu artigo "Ciências desumanas", e como estudante de um curso de licenciatura confirmo tudo que tu disseste; de fato há ainda uma hegemonia esquerdista na universidade, sobretudo na brasileira; mas não só esquerdismo: há também uma cultura do bom-mocismo, progressismo e trans-humanismo.
Não se pode aqui contrariar a história que eles tecem do Brasil (dizem eles que os portugueses só adentraram as nossas terras para explorar, contudo é provável que os objetivos principais redundam sobre o desejo de expansão do catolicismo e civilização). Não se pode dizer que a educação está piorando cada vez mais por causa dos métodos esquerdistas e que a educação do início do século XX era quase excelente; não se pode contradizer Paulo Freire (como se contradiz um Deus?!) sem ser menoscabado, ainda que meus argumentos estejam coerentes e razoáveis. A mulher e o gay aqui são oprimidos como em mais nenhum lugar no mundo (mas na verdade aqui é onde se há maior tolerância...).
Por contradizer as ideias incoerentes e irreais mas reinantes já perdi em inúmeras matérias, ao passo que tornou-se difícil formar-me. Ainda assim, continuo a bater-me com eles; não os deixarei reinar, esses "iletrados de rio torto com cabeça de minhoto", com diria Gil Vicente.
Obrigado por esclarecer-me esta situação; pensei que só acontecia comigo.
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A doutrinação é terrível na Comunicação. Obviamente você já deve saber. Sofri muita discriminação no mestrado nos últimos anos, até por inocência minha em acreditar que alguns alunos e professores queriam mesmo o bem do próximo. Mas eles só querem discursar. Nunca fizeram uma obra social sequer. Uma atitude verdadeira. Não vale visitar assentamento do MST.
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Tenho um filho e um sobrinho cursando faculdades na área de Humanas. Estão em universidades diferentes e em estados diferentes. Mas o "bullying ideológico" apontado por Paulo Briguet é o mesmo. Alguns professores esquerdistas, inclusive, têm se comportado, nas últimas semanas, como verdadeiros histéricos. Mas o relato desses jovens é também o mesmo no que se refere ao embate intelectual: os professores têm uma argumentação pobre, suas aulas são uma ladainha copiada de um manual de telemarketing e quando você os enfrenta, com inteligência, frieza e desassombro, eles continuam discordando, mas não podem negar a nota e o respeito merecidos. A inteligência e o estudo continuam sendo as grandes armas. As principais.