Mais recentemente as pessoas passaram a ser alertadas sobre os riscos da falta de vitamina D; Obtida 90% através da exposição ao sol, principalmente aos raios UVB, e 10% através da alimentação (óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, fígado, manteiga e peixes, como salmão, cavala, arenque, sardinha e atum).
Além de ser fundamental para a absorção do cálcio, fortalecendo os ossos, a vitamina D desempenha funções importantíssimas para o fortalecimento do sistema imunitário, cardiorrespiratório e até mesmo reprodutor. Um novo estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism revela que mulheres com deficiência de vitamina D têm metade das chances de conceber através de fertilização in vitro, em relação àquelas com níveis suficientes dessa vitamina.
Por ser um hormônio esteroide, a vitamina D está emergindo, também, como importante fator para a fertilidade. Pesquisadores italianos estudaram mulheres que estavam sendo submetidas à fertilização in vitro. De acordo com Alessio Paffoni, do Ospedale Maggiore Policlinico, em Milão, as pacientes com bons níveis de vitamina D tinham maior probabilidade de produzir embriões de alta qualidade e mais chances de engravidar se comparadas às que apresentavam deficiência – duas vezes mais chances.
"Já que a suplementação com vitamina D é uma intervenção de baixo custo e tem poucos efeitos colaterais relevantes, defendemos mais estudos no sentido de incluir mais essa abordagem no tratamento da infertilidade".
São necessários mais estudos para determinar o papel da vitamina D na fertilidade feminina. "Independentemente dos resultados, é importante saber que o déficit nutricional representa um importante fator na maioria dos problemas associados à infertilidade. Como a grande decisão do casal é de ter um bebê, vale a pena abolir toda gordura trans da alimentação e evitar alimentos ricos em colesterol, amido e açúcar. Evitem também a cafeína em excesso, porque ela aumenta o risco de abortamento. Já é possível afirmar que seguir uma dieta personalizada, elaborada de acordo com o perfil da paciente, pode aumentar em duas vezes as chances de ter uma gravidez bem-sucedida".
Para quem já está em tratamento de fertilização, o especialista diz que, em conjunto com o especialista em reprodução assistida, o obstetra deve adequar as doses e controlar os efeitos colaterais das medicações empregadas no início da gestação. "Geralmente, além do ácido fólico e da progesterona, também são indicados cálcio e vitaminas C, E e B12, entre outros.
Mas, ainda não há evidências de que a ingestão de suplemento vitamínico antes da 20ª semana de gestação previna a ocorrência de abortamento, por exemplo. Por enquanto, o uso dessas vitaminas se justifica pelo efeito de bem estar que promovem. Muito provavelmente, o uso de vitamina D poderá ser incluído nesse conjunto".
Para quem está com dificuldades de engravidar, entre os fatores de risco elencados na preconcepção – identificados numa investigação abrangente dos hábitos da paciente e através de exames físicos e ginecológicos – os mais importantes são: idade superior a 35 anos; altura menor que 1,45m; peso menor que 45kg e maior que 75kg; anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos; dependência de drogas lícitas e ilícitas (incluindo fumo e álcool); condições ambientais desfavoráveis; exposição a riscos ocupacionais – esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes químicos, físicos e biológicos nocivos; e estresse.