A disfunção erétil é um pesadelo para os homens. Só de imaginar que não vão conseguir ter ou manter uma ereção, ficam desesperados, já que isso abala muito a autoestima masculina. Pesquisas indicam que um em cada dois brasileiros com mais de 40 anos corre o risco de lidar com esse tipo de situação. Entretanto, metade desses eventos envolve episódios passageiros que serão revertidos espontaneamente.
Apesar dos episódios corriqueiros, o grande problema está no restante, que está ligado a casos moderados a graves e é um sinal de que algo não vai bem no corpo. Uma possibilidade é o excesso de mal colesterol (LDL) na circulação. Não é difícil entender por que isso acontece. De acordo com Emílio Sebe, urologista, para que o pênis fique – e permaneça – ereto, ele precisa se encher de sangue.
"Quando o colesterol ruim está nas alturas, leva à formação de placas de gordura dentro dos vasos, a chamada arterosclerose, que dificulta a passagem do líquido” alerta o especialista. Isso pode acontecer também no pênis, atrapalhando ou mesmo impedindo que o sangue preencha a estrutura e fique retido dentro dele, levando-o à detumescência, termo técnico utilizado pelos especialistas para se referir à falta de ereção.
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Segundo o médico, é preciso, ainda, levar em conta a diferença entre o calibre das artérias do coração e as que irrigam o órgão sexual, o que deixa claro que nas mais finas, localizadas na parte de baixo do corpo, o risco é bem acentuado.
A relação entre o colesterol alto e a disfunção erétil foi comprovada por um estudo publicado no periódico científico Circulation, que acompanhou quase dois mil homens com idades entre 60 e 78 anos durante quatro anos.
Os resultados mostraram que os participantes que não conseguiam manter uma ereção satisfatória para ter uma relação sexual apresentavam duas vezes mais chance de sofrer com um ataque do coração. "Isso acontece exatamente porque a disfunção erétil e as doenças cardiovasculares têm fatores de risco em comum, como a hipertensão, a obesidade, o tabagismo e o colesterol alto” explica o urologista.
Outros trabalhos, um realizado em Roma, na Itália, e outro em Nova Jersey, nos Estados Unidos, revelaram que o uso de estatinas, medicamentos indicados para o tratamento do colesterol alto, melhoraram a função erétil dos voluntários por melhorar o fluxo sanguíneo. E é exatamente por isso que quem sofre com problemas de ereção moderada a grave, ou seja, que não seja um problema localizado, deve procurar um médico para avaliar como está a sua saúde como um todo e fazer os tratamentos adequados, o que tende a melhorar também a sua vida sexual.
Além disso, mais uma vez fica claro que ter hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas e cuidar da alimentação, influencia no funcionamento do corpo todo.