A dor na região íntima é o principal sintoma desse distúrbio que atinge de 4 a 6% da população feminina. O vaginismo é a contração involuntária dos músculos da vagina, que impede a penetração durante a relação sexual, explica o Dr. Oswaldo Rodrigues Jr., psicoterapeuta e diretor do Instituto Paulista de Sexualidade.
Há 30 anos, segundo o especialista, acreditava-se que essas mulheres tinham o vaginismo em decorrência de alguma experiência traumática na infância, como o abuso sexual. Hoje, a doença está diretamente relacionada a fatores psicológicos que geram um conflito emocional entre o corpo e a mente e necessitam de atenção e cuidados especiais.
Mesmo que a mulher sinta atração e desejo sexual por seu parceiro, ela não consegue praticar o ato enquanto estiver nessa condição, tamanha a dor que sente quando o companheiro busca consumar a relação. "As mulheres "vagínicas" tampouco conseguem utilizar absorventes internos e submeter-se a exames ginecológicos, já que é impossível realizar a análise física do corpo", explica.
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O Dr. Rodrigues comenta que a maioria dessas mulheres não é acompanhada por um médico ginecologista e afirma que elas percebem os primeiros sintomas ainda adolescentes, mas sentem-se envergonhadas a tal ponto que chegam a ignorar esse distúrbio. Ele destaca ainda que a falta de informação e exploração do próprio corpo são fatores que contribuem para o aumento dos casos.
A procura por ajuda profissional acontece quando surge o desejo de ser mãe. O psicoterapeuta revela que a maioria só busca tratamento após os 30 anos e sempre após o casamento, o que dificulta o sucesso do tratamento, já que passaram muito tempo sem um acompanhamento e desejam recuperar o tempo perdido após mais de uma década sofrendo com a patologia.
Dificuldades a parte, o vaginismo tem cura, mas exige paciência e dedicação das pacientes. Tanto o diagnóstico quanto o tratamento, geralmente lento, são realizados por meio de psicoterapia, para que as pacientes exponham suas limitações e busquem a solução para o problema.
O Dr. Rodrigues ressalta a fundamental presença do companheiro nas consultas, pois é com o apoio do parceiro que as mulheres enfrentam a doença. "O tratamento pode ser realizado individualmente, com o casal e até mesmo em grupos. Nas consultas, as mulheres conversam com o psicoterapeuta que a orienta quanto à compreensão dos fatores emocionais que conduzem a esse distúrbio", comenta.
Além da sessão com o profissional, as pacientes são orientadas a realizarem exercícios semanais e tarefas relacionadas à estimulação do órgão sexual feminino, para que aos poucos, o corpo possa se adaptar à nova condição e passe a ter uma vida sexual plena.
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