Todas as mulheres já devem ter ouvido falar no Papilomavirus Humano, ou HPV, como é mais conhecido. Se ainda não o conhecem, é importante estar informada. O HPV é um vírus que infecta células epiteliais da pele e da mucosa, causando diversos tipos de lesões como a verruga comum e a verruga genital. Existem cerca de 100 tipos de HPV descritos até o momento e, destes, 30 são encontrados no trato ano-genital.
A infecção por alguns tipos de HPV está relacionada à transformação de células epiteliais, sendo o principal fator de risco para o câncer de colo uterino. A principal forma de transmissão é através da relação sexual. A transmissão pode ocorrer após uma única relação sexual com um(a) parceiro(a) infectado(a). Grávidas com HPV podem transmitir o vírus para o feto durante a gestação ou no momento do parto.
O câncer de colo de útero mata no mundo perto de 240 mil mulheres por ano. No Brasil, estima-se que sete mil mulheres morram anualmente por causa da doença.
Por isso a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da vacina contra o HPV é tão importante e merece ser comemorada. O medicamento, com nome comercial Gardasil, foi testado em vários países, inclusive no Brasil, e vai provocar uma revolução e trazer qualidade de vida para as mulheres nos próximos anos.
Nos EUA a vacina foi aprovada para aplicação em mulheres com idade entre 9 e 26 anos, que não estejam infectadas pelo HPV. Mas, atualmente, uma das melhores formas de prevenção é o uso da camisinha.
Para diagnosticar a doença, o Papanicolau é o exame preventivo mais comum. Ele não detecta o vírus, mas as alterações que ele causa nas células. A Colposcopia e Peniscopia, exames feitos pelo colposcópio, aumentam o poder de visão do médico e permitem identificar as lesões em vulva, vagina, colo do útero, pênis e região anal. Informações sobre o tema: www.ipog.com.br.
*Márcio D. Menezes, cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual