Os anticoncepcionais hormonais, em geral, têm na sua formulação estrogênio combinado a um progestogênio, ou progestogênio isolado. Podem ser administrados na forma de contraceptivos orais, injetáveis e implantes. A formulação apenas com progestogênio é administrada diariamente, enquanto que os combinados com estrogênios e progestogênio são tomados durante 21 dias, com intervalo de sete dias, período em que deve ocorrer o fluxo menstrual. Os implantes e Dius, geralmente, são compostos somente de progestogênios isolados.
Entre os estrogênios contidos nos anticoncepcionais, o etinil estradiol está presente em quase 100% dos produtos, com doses variáveis entre 20 a 35 microgramas em cada comprimido. A dose dos progestogênios depende da potência dos mesmos na fórmula.
Estudos antigos sempre relacionavam o uso de anticoncepcionais à trombose venosa e embolia, acidentes vasculares cerebrais (derrame) e infarto. Porém, estudos mais recentes constataram um risco bem menor. Atualmente, há a contra-indicação para mulheres predisponentes à trombose, como a presença de trombose venosa, doenças vasculares pré-existentes, doenças cardíacas, leucemia etc. Normalmente, existe um equilíbrio entre a coagulação e a descoagulação do sangue. Dependendo da dose, o estrogênio pode afetar ambos sistemas.
Os anticoncepcionais de baixa dosagem possuem menor efeito sobre o sistema de coagulação, diferente nas mulheres que fumam, nas quais o sistema de coagulação é muito afetado, mesmo com o uso de baixas doses. As doenças do coração (infarto) e o derrame cerebral foram as principais causas de morte atribuídas aos anticoncepcionais, mas o fator determinante foi a idade avançada e o tabagismo, associado ao uso de anticoncepcionais.
Entre os cuidados principais adotados como norma estão a utilização de anticoncepcionais de doses menores, além da contra-indicação para mulheres com passado de doença vascular (trombose, varizes, infarto pulmonar, isquemia cerebral, defeitos vasculares), doenças do coração (arritmias, infarto, chagas etc.) e, principalmente, em mulheres tabagistas.
Mitos e Verdades
- Mito: anticoncepcionais em doses elevadas são mais eficazes
- Verdade: anticoncepcionais em doses elevadas proporcionam maior risco de doenças vasculares, principalmente a trombose
Osmar Henriques, especialista em reprodução humana e endocrinologia ginecológica