Na contemporaneidade, o termo sexualidade modificou a sua conceitualização, não se restringindo a se debruçar apenas sobre práticas sexuais, mas ampliando sua abrangência compreensiva e dinâmica que inclui qualquer forma de expressão de gênero, expressão da corporalidade, utilização de adornos corporais, relacionamentos afetivos (ficar, namorar, casar), construção social das identidades sexuais (sentir-se masculino ou feminino) e de todos os seus consequentes: moralidade, valores, preconceito e estigmatizações.
Utilizamos o termo sexualidades no plural de maneira a contemplar as diversas e distintas formas de ser e experiênciá-las. De maneira prática, dizemos que não existe um jeito único em expressar as sexualidades, pois cada sujeito tem a vivência de modo que entende como apropriado, seguro e que expresse seus desejos e subjetividade.
Por exemplo, existem várias formas de ser homossexual na sociedade: uns se expressam de maneira aberta e outros se camuflam para evitar o preconceito; uns se apresentam mais afeminados e expansivos e outros podem ser mais masculinizados e discretos; alguns escolhem apenas práticas sexuais na surdina noturna e já outros escolhem conjugalizar (mesmo que a lei não autorize tais parcerias civis perante o legislativo).
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Desde problemas clínicos ditos como individuais (falta de desejo sexual, disfunção erétil, infertilidade) quanto questões que provocam a opinião pública (avanços dos direitos sexuais e reprodutivos, crimes passionais, pedofilia, gravidez precoce, alto índice de infecção de HIV/AIDS, práticas sexuais singulares, dogmas religiosas entre outros) dizem respeito aos estudos que englobam as sexualidades plurais.
O referido termo extrapola o sentido biológico sexual, salientando que para entendê-lo é necessário considerar aspectos relevantes, de acordo com distintas civilizações e épocas. A visão de uma jovem mãe solteira se modificou ao longo da história e da formação moral de cada cultura.
É preciso compreender a importância em ampliar os conhecimentos acerca dessa realidade, uma vez que o conhecimento traduz um modo prático em produzir momentos felizes, de respeito à cidadania inclusiva e ''empoderamento'' para exigir políticas públicas que assista a população em suas necessidades informativa, formativa e transformativa. Viva as sexualidades!
Márcio A. Neman do Nascimento - psicólogo e pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Sexualidades (Geps) - Londrina