O que pode acontecer com uma pessoa portadora do vírus HIV que mantém relações sexuais com outra também contaminada pelo mesmo vírus?
Existem duas linhagens principais de HIV: o HIV-1, que causou a maior parte das infecções e dos casos de Aids, e o HIV-2, que se concentra em determinados países. No Brasil, aparece sobretudo o HIV-1. A Aids, como doença totalmente manifesta, caracteriza-se por contagens de linfócitos T CD4+ abaixo de 200/mm3 (milímetros cúbicos), sendo frequentemente associada a doenças vistas especificamente em pacientes com grave disfunção imune celular.
A via sexual é a forma de transmissão predominante do HIV, através da exposição a secreções contagiosas que contenham o vírus e/ou células infectadas. Outra forma significativa de transmissão ocorre por meio de exposição parenteral a sangue, hemoderivados ou tecidos infectados pelo HIV, assim como também na gravidez ocorre transmissão para o bebê.
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É pouco provável que a saliva transmita o HIV, porque ela contém enzimas e outras substâncias que inativam o vírus da Aids. O contato casual não é associado à transmissão do HIV devido à não exposição, nestas circunstâncias, ao sangue ou a outros fluidos corporais contagiosos.
A multiplicação do vírus (replicação) é realizada numa célula do hospedeiro (indivíduo infectado). Depois da replicação, os novos vírus rompem a membrana da hospedeira, matando-a, e assim procuram novas células compatíveis. Desta forma o vírus da Aids vai se multiplicando no organismo do indivíduo infectado.
Os vírus sofrem mutações com muito mais facilidade do que os organismos mais complexos. O próprio HIV tem numerosas variedades e já se sabe que ele pode sofrer mutações mesmo dentro de uma pessoa, durante o desenvolvimento da infecção.
Por isso, mesmo um casal soro-concordante (duas pessoas portadoras da Aids) deve usar a camisinha, evitando, assim, compartilhar os diferentes subtipos do vírus que resultaram das mutações.
Osmar Henriques, médico especialista em reprodução humana e docente