O medo de ir ao ginecologista é muito comum na adolescência. Elas têm vergonha, medo de sentir dor, receio do médico descobrir se são ou não virgens.
Há duas formas de uma adolescente ir à sua primeira consulta ao ginecologista. A primeira é aquela que a garota procura por iniciativa própria, e normalmente o motivo da consulta está relacionado ao início da vida sexual (perguntas sobre anticoncepcional, nódulos na mama, corrimento, suspeita de gravidez). As orientações dadas às adolescentes que vão sozinhas normalmente são melhores entendidas e praticadas em relação àquelas que vão acompanhadas.
A segunda forma é aquela em que a adolescente vai acompanhada da mãe ou responsável, e normalmente o motivo da consulta está mais relacionado a irregularidades do ciclo menstrual e corrimento. Neste caso, as perguntas feitas à paciente pelo médico são, na maioria das vezes, respondidas pela acompanhante e os questionamentos sobre sexualidade são raros.
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O assunto sexualidade só ocorre após o estabelecimento de uma relação de confiança entre médico e paciente, depois que a adolescente tiver segurança de que os assuntos abordados por ela na consulta só serão comunicados aos familiares se houver risco de vida e com a sua autorização.
Atualmente, a menarca (primeira menstruação) e a atividade sexual têm acontecido mais cedo na vida das jovens.
O medo de assumir a vida sexual e a falta de espaço na família para o diálogo sobre sua sexualidade e seus valores fazem a menina ficar perdida com o ''não pode'', ''não faça'', autoritários. Assim, raramente elas têm alguém para ouvir seus conflitos e medos, e orientá-las.
A comunicação com os pais, a educação sexual nas escolas e a orientação médica, além de diminuir a incidência de gestações indesejadas, ensina à jovem mulher sobre seu corpo e sobre como cuidar dele.
A consciência da necessidade da primeira consulta da adolescente ao ginecologista é essencial para a jovem saber como funciona seu corpo e será necessária todas as vezes em que a menina tiver dúvidas ou necessitar de orientações.
Patrícia C. H. Gomes, ginecologista