Por que o homem gosta tanto de sexo? Será que os hormônios podem explicar esta atração quase incondicional dos machos pelas fêmeas? Se estivermos falando de animais, talvez sim. Mas quando se trata de seres humanos, o sexo tem mais significados do que inadvertidamente possamos imaginar. O desejo persistente do homem pelo sexo é uma verdadeira busca por sua própria identidade, esperada e cobrada pelo contexto social.
Desde que nascemos, somos ensinados que o homem não pode rejeitar uma oportunidade sexual sob pena de ser considerado menos viril, menos homem. Esta pressão social impede muitos homens de experimentarem o sexo pleno, pois ele imagina que a quantidade e a performance sexual serão as respostas para o seu desejo.
É por este motivo que muitas pessoas buscam a promiscuidade sexual como forma de auto-afirmação e, sem perceber, entram no abismo de seu próprio vazio. Acabam sentindo, em maior ou menor grau, uma certa angústia depois do ato sexual e, invariavelmente, fogem da parceira.
O sexo pleno é experimentado pelo homem quando ele está seguro de que não precisa e não está sendo comparado a outros homens. Sendo assim, pode-se afirmar que o ambiente ideal para se alcançar a plenitude sexual é dentro de uma relação estável e monogâmica.
Neste caso, o sexo irá muitíssimo além das sensações físicas e do prazer puramente genital. O sexo, quando é pleno para um homem, tem seu efeito prolongado muito além das fronteiras do ato sexual em si, e produz um desejo de maior proximidade com a parceira, reafirmando a imagem relativa ao gênero masculino. É como se o homem dissesse para si mesmo: ''Você é realmente um macho poderoso. Satisfez a sua fêmea e ainda sentiu muito prazer!''
Mitos e Verdades
- Mito: o homem não nasceu para ter uma mulher só. Portanto, se ele rejeitar uma oportunidade sexual, é menos macho ou pouco viril
- Verdade: tanto homens quanto mulheres têm o direito de escolher com quem e quando desejam ter relações sexuais, sem se deixar levar pelas pressões sociais de desempenho ou de número de parceiros
Ailton Bastos, psicanalista