Hoje ainda se ouve dizer: case-se com um homem que pense parecido com você e será feliz para sempre. De fato, é importante que os dois tenham assuntos cruciais, como ter filhos. Mas existem fatores surpreendentes como o grande segredo que é cultivar hábitos diários que aprofundem a conexão. Brigas limpas - quer dizer que quem briga muito logo se separa, mas no fundo o que importa é como se discute, e não quantas vezes. Conflitos são inevitáveis, mas dependendo de como acontece corroem o amor. No entanto se o casal sabe como lidar com as crises de forma a chegar a um consenso - e não para provar quem está certo, aumenta a conexão.
Casais felizes lançam mão de uma técnica chamada confronto do bem, da paz. Um dos trunfos entre casais apaixonados é simples, pois um procura perceber as virtudes do outro em vez de se prender aos defeitos. Não é para ignorar os erros ou fingir que está tudo bem, mas podemos ver a forma de encarar as coisas. Porém, vale pensar como é importante esse momento de dedicação e respeitar. Ajuda imaginar-se no lugar do amado, precisando de força extra para vencer a fase. Ou seja, em vez de cultivar mágoas e criar pontos de distanciamento, mantenha o foco nas atitudes de união. Isso ajudará a reviver clima do início do namoro, a descoberta de afinidades.
Quando começam a sair, os casais se idealizam provocando intensa atração e com o tempo a tendência é se concentrar apenas nos erros. Descobrir coisas a respeito do outro é estimulante. Os casais unidos não são estáticos, pois estão sempre revelando facetas. Fatos inesperados dão um tempero especial à relação. Passam a ter mais motivos para se admirarem. Além disso, vale ter aventuras juntos, como viajar para um lugar diferente, ir a festas desconhecidas. Mesmo que não gostem da experiência, sabem que aprenderão mais sobre os dois nesses momentos. E terão assunto para muitas conversas.
Outra forma é fazer perguntas sobre o passado e os desejos para o futuro. Estar aos domingos em frente à tevê, devorar sanduíches, batata frita e refrigerante..... Aí somos reprovados, pois vez ou outra tudo bem. O melhor é quando concordam sobre quais regras quebrar e quais não, sendo que isso contribui para o alongar da relação.
Há dois tipos de parceiro - o caçador de emoção e o caçador de prazer. O primeiro se atenta a novidades o tempo todo. O segundo se sente à vontade com a rotina. Se estiverem no mesmo grupo, tudo acontece naturalmente. Se divergem, também podem se entender perfeitamente, desde que compreendam que existem ritmos diferentes e que podem cultivar o hábito de conversar sobre isso.
Eliane Marçal - psicóloga clínica (Londrina)