A primeira relação sexual, tanto para os meninos como para as meninas, é um momento muito importante e esperado, gerando ansiedade, incertezas e medos. E este estado de tensão pode interferir no prazer da relação.
Quando se entra na adolescência, o menino se preocupa em ter logo sua primeira experiência, geralmente porque os amigos contam vantagens e ele se sente pressionado a igualar-se ao grupo, só que não sabe bem como e o que fazer. O pior é que normalmente não tem com quem tirar suas dúvidas e diminuir a ansiedade. As perguntas são muitas e ficam sem respostas, causando uma preocupação crescente quanto à capacidade sexual.
A associação de masculinidade com desempenho sexual, mesmo depois da liberação sexual das últimas décadas, continua assustando os homens. Os medos mais comuns continuam sendo o de não conseguir ter ereção na hora H, ou ejacular antes ou logo após a penetração, o que acaba interferindo e comprometendo o desempenho sexual.
Normalmente, a única causa é o estresse que acompanha este momento. Por isso, é preciso deixar que a primeira vez ocorra de forma natural, sem ter um dia ou uma hora marcada, de preferência com a pessoa que se gosta e precedido de muita conversa sobre este novo desafio ao qual vão enfrentar.
Para as meninas, claro, há também muita expectativa em relação à primeira vez, mas com outras preocupações, como a perda da virgindade, religiosidade, gravidez e principalmente se vai sentir dor ou não. E isso também deve ser explicado: o principal motivo da dor, se é que vai ocorrer, é gerado tanto pelo estado de ansiedade, que impede uma lubrificação vaginal adequada, como pela maior contração da musculatura da região vaginal. Ambas podem causar desconforto durante a penetração.
Além disso, é importante compreender que o tempo necessário para que a mulher atinja um nível de excitação sexual adequada é maior que o tempo para o homem. Assim, a interação entre os parceiros é fundamental para que os dois tenham prazer na relação.
Como a primeira relação poderia ser diferente, com mais prazer tanto para o homem como para a mulher? Quando o sexo for percebido como algo natural, bom e que faz parte da vida, e que portanto deve ser partilhado a dois e não como um meio de se querer provar coisas que não têm nada a ver com a nossa sexualidade.
Edison Henrique Vannuchi, urologista