As três doenças têm em comum o fato de serem causadas por vírus que têm predileção pelo fígado, causando inflamação neste órgão. No entanto, existem diferenças importantes em relação a forma de aquisição e complicações.
A hepatite A é transmitida pelas vias fecal e oral, ou seja o vírus é eliminado pelas fezes durante a doença, e dessa forma, pode contaminar água e alimentos, sendo ingerido e se alojando no fígado.
Neste tipo pode ocorrer além do quadro clássico (febre, vômitos e icterícia) insuficiência hepática aguda em 1% dos casos aproximadamente , ou seja, a perda do fígado.
A hepatite B é transmitida pelo sangue e pelas secreções corporais. A principal forma de aquisição é a sexual, mas também pode ocorrer da mãe para o recém-nascido, além da transmissão familiar (contato íntimo diário). O uso de drogas injetáveis também é fator de transmissão.
Na hepatite B existe o risco, além da insuficiência hepática aguda que ocorre em 1% dos casos da doença tornar-se crônica, não conseguindo eliminar o vírus e podendo causar cirrose e até câncer de fígado.
A hepatite C também é transmitida pelo sangue e seus derivados, ou seja: múltiplas transfusões, uso de droga injetável, etc. A via sexual também pode ser uma forma de transmissão, mas em muito menor grau que a hepatite B. Existe ainda o risco de transmissão familiar, embora não muito bem comprovado.
A hepatite C num grau bem maior que a hepatite B pode também se tornar crônica levando à cirrose e câncer de fígado. Vale a pena lembrar que para as hepatites A e B existe vacina e para as hepatites B e C existe tratamento específico.
André Bortoliero, infectologista