Desde o início, as civilizações sempre foram liberais com a sexualidade masculina. O importante era que o homem tivesse uma capacidade eretiva de modo a produzir uma relação sexual satisfatória.
A ejaculação precoce não tinha significado, desde que alcançado o prazer. Já, da mulher, o orgasmo não era esperado, pois o único objetivo era a procriação. Para o macho só era problemático quando a ejaculação fosse tão rápida que impedisse a penetração, comprometendo desta forma a reprodução.
Com o advento das pílulas contraceptivas, as mulheres finalmente conquistaram o direito a uma sexualidade saudável e prazerosa, passando a exigir daí em diante uma troca sexual mais gratificante com seus parceiros.
O entrosamento sexual de qualquer par depende da harmonia sexual desenvolvida ao longo de uma convivência, valorizando mais a adequação e o envolvimento do casal que o tempo ejaculatório ou o desempenho.
A ejaculação precoce pode ser causada em grande parte por problemas emocionais. Neste caso, geralmente devido a sexo rápido e mal feito na adolescência, masturbação com objetivo único de ejacular e tensões emocionais. Porém, qualquer doença que interfira nas vias nervosas também pode alterar o reflexo ejaculatório como, por exemplo, alcoolismo, diabetes, uso de drogas etc.
De longe, a ansiedade é o grande inimigo e responsável pelo fracasso sexual, fazendo do homem ator e platéia na ânsia de agradar sua companheira, quebrando desta forma a espontâneidade dos sentimentos eróticos. O interese pela cura só ocorre quando a mulher cobra uma atitude do companheiro ou quando o relacionamento é significativo para o homem.
As consequências deste problema são inúmeras, desde um desgaste das relações com uma separação até a fuga do sexo, causando então a disfunção sexual. A companheira, no início, tolera esta disfunção justificando como nervosismo e inexperiência os episódios de ejaculação rápida. Porém, numa segunda fase, sente-se rejeitada e usada, acusando seu parceiro de egoísmo.
O tratamento é dos mais promissores em terapia sexual e procura combater a ansiedade aumentando a auto-estima afetada com exercícios comportamentais que induzem o homem a olhar para si próprio, reconhecendo e identificando os sinais prenunciadores da ejaculação de modo a controlá-la.
Algumas clínicas oferecem tratamento com medicações injetáveis intrapenianas que, além de não servirem para tal propósito, tornam o homem cada vez mais dependente e menos confiante no controle do próprio pênis. Das disfunções em terapia sexual é a patologia que mais resultados positivos apresenta com o tratamento em que é empregada a psicodinâmica para esclarecer as prováveis causas. Ela é mesclada a exercícios sexuais eróticos realizados a sós ou entre o casal com o objetivo do reconhecimento dos sinais orgânicos e emocionais que antecedem a ejaculação.
Amaury Mendes Júnior, sexólogo