Muita gente deixa de procurar o trabalho psicoterápico ou não confia inteiramente em sua eficácia pelo simples motivo de não conhecê-lo. Fantasias e preconceitos então se misturam às origens psicogênicas do problema, dificultando a busca de soluções.
O trabalho psicoterápico, baseado na queixa sexual psicogênica, não assume um caráter único e exclusivo de conduta terapêutica. A avaliação deste tipo de trabalho como simplista ou incompleto pode ter origem tanto na falta de informação como no preconceito à respeito desta prática.
É fato que ele se distancia de outras condutas terapêuticas, uma vez que concentra esforços na solução do problema sexual. Isso porque o trabalho específico com a sexualidade aprimorou recursos de intervenções práticas para a solução deste problema específico. Porém, este não representa o limite do trabalho.
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Desde a avaliação psicológica diagnóstica, que tem por finalidade detectar fatores emocionais potencialmente envolvidos na queixa, sejam eles primários ou secundários à disfunção, até a terapia sexual propriamente dita, o profissional acumula um material sobre a subjetividade do paciente, de fundamental relevância para o curso do tratamento.
A tônica na condução desse processo reside na organização prática que o psicoterapeuta faz daquilo que o paciente oferece sobre o seu sofrimento psíquico (e os meios que já utilizou para tentar resolvê-lo), propondo uma intervenção inicial focada no sintoma principal (disfunção sexual), ou nos aspectos emocionais impeditivos de um resultado mais positivo em suas experiências sexuais (sem perder, obviamente, de vista, o problema sexual que aflige o paciente).
A atenção do psicoterapeuta está voltada para uma variedades de aspectos individuais do paciente, tais como: assertividade, flexibilidade, relacionamento interpessoal, avaliação particular que ele faz dos acontecimentos, expressão emocional, bem como para os meios de que o paciente se utiliza para estabelecer os seus envolvimentos afetivos-sexuais.
O trabalho em sexualidade conta com uma abordagem técnica específica, e sua aplicação varia de acordo com a demanda que o paciente apresenta.
Tendo em vista os pontos que desencadearam ou mantêm uma disfunção sexual, o psicoterapeuta poderá planejar a sua atuação e, ao longo de seu desenvolvimento, avaliar os recursos que está utilizando a partir dos resultados obtidos no decorrer das sessões.
Margareth Reis, psicóloga, terapeuta sexual e de casais