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Comportamento

Promiscuidade, a lenda de narciso no século 21

Sexo&Comportamento-Folha de Londrina
31 dez 1969 às 21:33

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A preferência por uma vida sexual promíscua indica, do ponto de vista psicológico, dificuldades de ordem afetiva. - Reprodução
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Não é o fato de poder ou não fazer o que se quer. Não é o julgamento da situação. Este é um raciocínio simplista. Trata-se de entender o que move alguém a fazer o que o Ronaldinho ''Fenômeno'' fez. Assim como o Ronaldo, muitos homens precisam constantemente trocar seus pares, e mesmo em relacionamentos estáveis têm necessidade de trair.

A preferência por uma vida sexual promíscua indica, do ponto de vista psicológico, dificuldades de ordem afetiva. São pessoas que buscam satisfação erótica em situações de relativo anonimato, com o objetivo de realizar seus impulsos e fantasias mais primitivos com homens ou mulheres.

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Entre algumas razões inconscientes capazes de conduzir à promiscuidade estão o narcisismo patológico ou a incapacidade de vincular-se a pessoas, o medo do abandono e solidão, baixa tolerância a frustrações, predomínio de uma agressividade destrutiva, sentimentos de culpa e baixa auto-estima.

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Nestes casos, a pessoa procurada pelos 'Ronaldinhos' não existe como pessoa, mas como objeto e instrumento de prazer. É facilmente substituível e este é um dos objetivos do eterno desapego, pois os 'Ronaldinhos' estão determinados a não passar por luto algum.

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Homens e mulheres que são incapazes de se relacionar espontaneamente e prazerosamente com seus parceiros legítimos sentem-se bem e capazes de usufruírem livremente sua sexualidade com um amante. É a capacidade de vincular-se que está danificada. A pessoa não consegue entregar-se ao seu parceiro.


Narciso, personagem da mitologia grega, sucumbiu num lago deslumbrado com sua própria beleza e incapaz de amar alguém que não fosse ele mesmo. Auto-encantamento, vaidade e egoísmo são incompatíveis com a capacidade de ir ao encontro do outro.

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Uma dependência infantil é repetida pelo narcisista. Se ele recebe e destrói, nunca terá em si o suficiente e jamais se sentirá saciado. Ele descobre e desenvolve determinados recursos pessoais que lhe permitam parecer como um pavão, exibindo seu leque de qualidades, de modo a atrair possíveis interessados que estariam dispostos a lhe oferecer as provisões das quais ele necessita.


No entanto, ele sofre enormes incertezas sobre seu valor pessoal, e por mais que pareça auto-suficiente, é dependente e voraz. Não leva em consideração os sentimentos das pessoas, e se o faz, passa uma imagem de bonzinho para conseguir o que quer. Se acha no direito de exigir a perfeição de seu parceiro. E como ninguém é perfeito, ele parte para outra ''caçada''.


Ele não quer enxergar o vazio que o acompanha nem mesmo as próprias maldades que é capaz de cometer. É um jogador desleal. Ele só quer aplausos para compensar aquilo que lhe falta internamente. Tudo isso resultado de experiências infantis traumáticas que resultaram numa ferida crônica.

Margareth Alves, psicóloga, terapeuta familiar e coach


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