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Sem traumas

Por que existe vergonha de falar sobre sexo?

Sexo & Comportamento - Folha de Londrina
24 ago 2010 às 18:54

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- Reprodução
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O sexo é um assunto que está sempre em pauta em revistas, televisão, propagandas e outros meios de comunicação. Mas nem sempre as informações difundidas sobre sexo e sexualidade são corretas.

Grande número de pessoas sente dificuldade e vergonha de falar sobre o assunto. Existem explicações. Há muitos séculos, tudo o que era ligado ao sexo (como relação sexual, prazer, órgãos genitais) era considerada coisa pecaminosa, suja e proibida. Por tudo isso, natural seria evitar.

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Esta forma de pensar foi passada de gerações em gerações, ou seja, de pais para filhos. Uma das razões pelas quais desde criança aparece um sentimento estranho quando se deseja fazer alguma pergunta sobre sexo, como se perguntar algo que ainda não entende fosse um erro imperdoável. Compreendemos que a curiosidade e interesse não desaparecem. Por isso, inventam-se apelidos para as partes genitais do corpo humano. As piadinhas e brincadeiras surgem com objetivo de disfarçar o medo de se falar no assunto. Isso porque o sexo não é retratado com naturalidade.

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Procurar um culpado? Culpar os pais? Não vai levar a lugar nenhum, além de que, certamente, para eles este assunto era mais proibido do que atualmente. Não se nasce sabendo tudo sobre sexo e sexualidade. É algo que se aprende.

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Adolescentes parecem, mas não são tão liberais quanto demonstram. Com colegas e amigos falam abertamente sobre sexo, mas em casa com os pais sentem-se constrangidos. Pequeno número de adolescentes luta para conseguir espaço para dialogar o assunto com os pais. Muitos se irritam quando os pais demonstram curiosidade pela vida afetiva deles.


Quanto aos pais, os que não conseguem falar sobre sexo com filhos alegam várias razões. Entre elas, o fato de ainda acharem que sexo é algo feio e sujo; outros temem perder o respeito dos filhos; têm medo de falar no assunto e despertar os filhos para uma vida sexual precoce (sendo que na realidade, quem recebe orientação sexual na infância e adolescência, geralmente inicia bem mais tarde relacionamentos sexuais); apresentam respostas não verdadeiras.


Com tudo isso, a confusão está formada. De um lado, ficam os pais, bastante preocupados, imaginando que qualquer esclarecimento que for feito sobre o assunto pode o filho encarar como autorização para que tenha vida sexual mais cedo. Do lado oposto, ficam os filhos, com receio de falar com os pais sobre suas intimidades, temendo não ser compreendidos. E o sexo continua sendo assunto proibido para se questionar em casa. Desconversar, mudar de assunto, não pronunciar a palavra em casa apenas mitifica o sexo.

Marilandes Ribeiro Braga, psicóloga e terapeuta sexual, Presidente Prudente/SP


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