Durante milênios, a mulher aprendeu a ser submissa ao homem e a se esforçar para corresponder às expectativas masculinas. Entretanto, com o passar do tempo e com as suas conquistas, as mulheres começaram a mudar no que diz respeito à sexualidade. Agora, ao contrário de outras épocas, o orgasmo passou a ser importante para o equilíbrio emocional da mulher. Embora se sintam cada vez mais livres no sexo e na vida, um percentual significativo continua a fingir o orgasmo, por razões variadas.
Elas podem fingir porque ainda não se desligaram totalmente da idéia de que para manter um homem ao seu lado devem agradá-lo em tudo e nunca frustrá-lo. Outro motivo é que não conhecem o funcionamento da anatomia do seu próprio corpo, ou que na relação com seu parceiro não há espaço para dialogar.
Muito homens temem conversar porque levam como crítica do seu desempenho o que a mulher fala. Existem também mulheres que fingem o orgasmo porque não sentem atração pelo marido. Estas passam a evitar o sexo, alegando as mais variadas razões: dor de cabeça, cansaço, preocupação, sono. Também podem sentir dor durante o ato sexual.
Quando sentem que não dá mais para fugir, têm relação sem vontade nenhuma e então fingem o orgasmo para que o ato sexual seja o mais curto possível. O homem, por sua vez, confuso com mudanças tão repentinas, entra em contato com alguns de seus medos, como, por exemplo, o de não satisfazer a mulher.
A sexualidade é muito importante na relação do casal. Ao perceber que algo não vai bem, é importante buscar conversar de forma tranquila sem que ninguém se sinta julgado. O movimento não é buscar culpados, mas estratégias para que haja maior sintonia entre os dois.
Hoje é possível encontrar livros sobre o tema e profissionais especializados que podem indicar caminhos para uma qualidade maior no relacionamento. A mulher pode e deve falar mais para seu parceiro sobre seus desejos e dificuldades, e o homem deve olhar mais para sua parceira e perceber que o ritmo dela é diferente, conhecê-la melhor perguntando sobre como se sente e o que deseja.
Quando o desempenho sexual do casal melhora, esta satisfação fica visível em outras áreas da relação. Sair do egoísmo de um olhar individualista é abrir-se com generosidade para um contato mais profundo, resultando em intimidade.
Mitos e verdades
- Mito: o sexo não foi feito para discutir, mas apenas para praticar
- Verdade: falar de sexo pode ser tarefa difícil, mas se o casal resolver encarar os fatos, o diálogo resultará em maturidade para a relação
Margareth Alves, psicóloga e terapeuta familiar