Sexualidade

Pais podem evitar influências negativas da internet

02 ago 2013 às 15:59

A internet vem sendo uma importante fonte, possivelmente a maior, para os/as adolescentes sanarem suas dúvidas sobre sexo. Interrogações que os/as jovens se fazem, do tipo: transar em pé engravida?; há uma idade certa para a primeira vez?, os impulsionam a ir ao Google buscar respostas. Isto é bom, porém, a partir do momento em que estão on line, o leque de sites e de informações disponíveis é amplo, podendo ir desde informações de cunho científico, passando pelo senso comum, até chegar ao pornográfico, e assim, jovens e adolescentes podem se tornar possíveis vítimas da violência sexual.

A questão não é ser contra a internet, pelo contrário, podemos até aproveitá-la como um recurso didático. Proponho aos pais e aos demais educadores que nos antecipemos ao Google. O que isto significa?


Anteciparmo-nos ao Google significa ensinar adolescentes e jovens a pensar sobre as questões ligadas à sexualidade, ao corpo e ao relacionamento afetivo-sexual. Significa incentivar nosso/as alunos/as e filhos/as, desde pequenos/as, a ler, perguntar e conversar conosco sobre o tema. Isto implica em colocar bons livros sobre sexualidade nas bibliotecas (e não escondê-los como fazem algumas escolas).


Assim, aprenderão que este é um assunto que faz parte da vida. Quanto mais cedo aprenderem, com mais naturalidade conseguirão encarar a sexualidade como algo bom e positivo, como algo que requer responsabilidade, cuidados, seriedade e respeito por si e pelo outro.


Especialmente nas escolas, anteciparmo-nos ao Google significa criar vários momentos para se pensar sobre o tema, para se pensar em grupo, debatendo, trocando idéias, entrando em contato com diferentes pontos de vista e, sobretudo, tendo oportunidades para expor dúvidas, sentimentos e medos relacionados à vida sexual. Anteciparmo-nos ao Google significa, num grau maior, formar pessoas autônomas, a tal ponto que, quando consultarem este ou outro site, serão capazes escolher e decidir, com criticidade, sabendo avaliar os conteúdos tendenciosos e de má qualidade.


Não tenhamos medo, pensando que, se falarmos a respeito, vamos incentivá-los a fazer sexo precocemente. Isto é um mito. Também não pensem que temos que esperar que perguntem. Se perguntas forem feitas pelos alunos e filhos, aproveitem-nas para fomentar o aprendizado; ou ainda, lancem vocês as perguntas para levá-los pensar. Assim estaremos nos antecipando ao Google.

Mary Neide Damico Figueiró, psicóloga, especialista em Educação Sexual


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