Vários problemas do aparelho reprodutor podem interferir na vida sexual do casal. Ovário e útero não saudáveis estremecem um bom relacionamento sexual. Tenho tratado inúmeros casos de mulheres com sangramento vaginal há muitos meses ou anos com baixa freqüência coital devido a longos períodos ‘menstruada’. Este fluxo prolongado, para piorar, leva a uma irritação vulvar tornando a penetração desconfortável.
Ovários com cistos volumosos ou ‘cistos de chocolate’ devido a endometriose também causam grande desconforto na relação, podendo diminuir o desejo tornando-se justificativa para evitar a relação e provocar frustração e cobranças intermináveis, se o parceiro não for muito bem orientado.
No caso de ovários micropolicísticos com quadro clínico leve, em geral, não há prejuízo da vida sexual podendo até favorecer o desejo devido a um discreto aumento dos androgênios circulantes. Naturalmente nos casos graves com grandes atrasos, obesidade, excesso de pêlos, pode haver um prejuízo da sexualidade devido a alterações importantes no esquema corporal e aspecto da pele com prejuízo da auto-imagem tão comum numa sociedade narcisista e volúvel como a nossa.
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Infelizmente há mulheres jovens, algumas com menos de 30 anos, com falência ovariana prematura que produzem pouquíssimo hormônio feminino (estrogênio), podendo perder a lubrificação vaginal tão importante no coito, como acontece com algumas mulheres menopausadas com mais de 50 anos.
Todos estes transtornos podem distanciar o casal se não houver um excelente nível de comunicação e intimidade. Um casal que se ama e que através da convivência aprendeu que o sexo é um divino cimento, mas não a única forma de manifestar o amor, saberá superar esses períodos difíceis e colaborar com a terapia adequada.
Para cada um dos distúrbios existe um tratamento apropriado, portanto não há motivos para preocupações. Fique atenta e antenada para manter sua vida sexual em alta, não importa há quanto tempo o casal está junto. A paixão, quando não é mais uma labareda, sempre pode ser mantida com as calorosas brasas do afeto e do toque mágico que conecta os que se amam com o fluido magnético da ocitocina (hormônio de ligação).
Calvino C. Fernandes, terapeuta