De acordo com as leis da Física, dois corpos diferentes se atraem, mas aplicar esta teoria nos relacionamentos afetivos nem sempre funciona. Apesar de sermos semelhantes como espécie, temos características específicas que nos tornam seres únicos.
Em se tratando de relacionamentos, a vida inteira ouvimos dizer que os opostos se atraem. Viver a dois é sempre uma experiência complexa, difícil e complicada.
Uma relação baseada em um parceiro completando o que o outro não tem é difícil durar. Pessoas que pensam de forma totalmente diferente não têm os mesmos objetivos, não gostam dos mesmos programas, vivem brigando e se irritando com facilidade, infernizando o dia-a-dia do outro; enfim, não vivem felizes.
Enquanto estão apenas namorando, é mais fácil vencerem os problemas que surgem. Mas após o casamento, durante a vida em comum, as divergências certamente irão acabar com o bom relacionamento, podendo mesmo transformar em um inferno a vida a dois. Na prática, as diferenças criam quase sempre barreiras intransponíveis, mesmo com a existência do diálogo.
Não é comprovado que os opostos se atraem no tocante a relacionamentos afetivos duradouros.
Enquanto terapeuta de casais, acredito que a satisfação dos relacionamentos está correlacionada à diminuição das diferenças entre os parceiros. E para que isso ocorra, procurar o oposto não é a melhor opção.
Marilandes Ribeiro Braga, psicóloga e terapeuta sexual, membro da Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana (Rondonópolis-MT)