Considerado ainda um tabu para muitos pacientes, o início da prática sexual por adolescentes submetidos ao tratamento de câncer é um dos desafios existentes para este público, em decorrência de fatores que podem interferir diretamente na autoestima dos pacientes, como a perda de cabelo e a limitação física na prática sexual.
A oncologista pediátrica Carla Macedo, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), explica que a iniciação sexual deve ser abordada juntamente com o oncologista do paciente e a equipe multidisciplinar: "O objetivo do acompanhamento é atuar na necessidade de identificação e intervenções de suporte ao adolescente. É acolher e desvendar mitos em relação ao sexo de acordo com a condição clínica do paciente, de modo que não seja para ele uma experiência traumatizante".
Um dos fatores que resultam na baixa autoestima é a queda de cabelo durante o período de tratamento. "As meninas são orientadas pela equipe, sobre a queda de cabelos e quando a questão afeta diretamente a autoestima das pacientes, a equipe multidisciplinar intervém com ações para promover a aceitação", completa a oncologista.
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Em relação aos efeitos colaterais, o tratamento também pode apresentar algumas reações nos pacientes, e em determinado momento o ato sexual pode ser contra indicado. "Um dos efeitos é a redução da libido, ou seja, a redução do desejo sexual em decorrência de quadros depressivos ou utilização de alguma medicação. A limitação física é também um fator gerado pelos eventos adversos, como vômitos, náuseas, fadiga, mucosites (reação tóxica inflamatória) e queda do número de plaquetas durante o tratamento", afirma Carla.