A libido é o outro nome dado ao desejo sexual. No homem, a sua diminuição pode estar relacionada à influência de vários fatores, orgânicos ou não-orgânicos (psicológicos).
Pesquisa recente realizada para a investigação da disfunção erétil mostrou que cerca de 10% dos brasileiros apresentam este sintoma, sendo que na Europa este número pode chegar a 30%. A tendência para os próximos anos é de um aumento nestas cifras, devido, principalmente, ao envelhecimento da população e ao estilo de vida estressante levado atualmente.
Os fatores psicológicos são as causas mais comuns na diminuição do desejo sexual. Dificuldades financeiras, conflitos no trabalho, problemas familiares, desentendimentos com a parceira... Tudo isso pode culminar na perda da libido. Situações de estresse no homem geralmente afetam o desejo sexual, podendo levá-lo a não se interessar pela parceira por longos períodos.
Outros distúrbios psíquicos mais profundos também podem ser responsabilizados: situações traumáticas ou de abuso sexual, mensagens anti-sexuais durante a infância, comportamento sedutor por parte dos pais, dificuldade em unir amor e sexo na mesma pessoa, competição temida entre o pai e a mãe, entre outros.
Das causas orgânicas, a mais conhecida e estudada hoje é a diminuição da testosterona. Com o envelhecimento, é natural que ocorra uma queda gradativa nos níveis séricos de testosterona, principalmente após os 50 anos.
Em alguns pacientes, esta queda pode ser mais acentuada e gerar problemas na esfera sexual, como impotência e perda do desejo. Por meio de uma conversa dirigida e com a ajuda de exames específicos, o médico pode detectar os homens que se beneficiarão da reposição de testosterona. A terapia é feita através de injeções mensais ou trimestrais e tem um bom resultado na maioria dos casos.
Outras doenças também podem cursar com a diminuição da libido: depressão, distúrbios da tireóide e hipófise, alterações genéticas hereditárias, insuficiência renal e hepática. Do mesmo modo, algumas medicações podem interferir no desejo sexual, tais como bebidas alcoólicas em excesso, maconha, algumas classes de anti-hipetensivos e antidiabéticos, e também, paradoxalmente, algumas drogas antidepressivas.
É importante lembrar que as substâncias ditas ''afrodisíacas'' na cultura popular, como ginseng, ovo de codorna, vitamina E, amendoim e cerveja preta não apresentam comprovação científica na melhora da libido masculina.
Juliano Plastina, urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia