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O 'ficar' está acabando com o amor?

Sexo&Comportamento-Folha de Londrina
14 out 2010 às 19:52

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- Reprodução
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No início dos anos 1960 houve uma revolução sexual na Europa, e no Brasil ocorreu a partir dos anos 1970. Esta revolução enfatizava que homens e mulheres poderiam ter direitos iguais para ficar, namorar ou até para praticar 'sexo livre'; a satisfação pessoal das emoções era o que importava e não se fazia necessário sentimentos entre os parceiros. Assim surgiu a expressão 'ficar'.

A principal característica do ficar é a total ausência de compromisso. É uma prática mais comum entre jovens. Às vezes ficam juntos em uma festa, e no dia seguinte nem se cumprimentam. Segundo depoimentos de jovens o ficar não impõe nenhum compromisso nem tem regras. Muitas pessoas têm medo de compromisso, de uma certa forma por se sentirem inseguras para ter intimidade com alguém.

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Quando se fica, já se sabe que não há compromisso de que aquela relação vá continuar. É um comportamento que antecede o namoro. Afirmam estudiosos que ''ficar não é um privilégio nem uma invenção das gerações atuais. Antigamente as pessoas também 'ficavam', embora atribuíssem nomes diferentes para essa prática, que era também menos generalizada do que atualmente''.

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Na realidade, esta prática tem vantagens e desvantagens. Vantagens: o indivíduo pode não estar certo se quer iniciar um namoro, um relacionamento mais sério, pois não existem cobranças. Desvantagens: a certeza de que mesmo que o indivíduo fique triste, nada poderá cobrar do outro; pode surgir sentimento de menos valia por não ser procurado de novo pela mesma pessoa; sabe-se que o outro não assumiu compromisso nem mesmo de um telefonema.

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No namoro as coisas se modificam, pois já existe compromisso implícito de fidelidade. É neste período que se testa a capacidade afetiva de cada um. Troca de olhares, envolvimento emocional e afetivo, desejo intenso de estar junto. Namoro é algo que tem que somar, proporcionar prazer, deixar a pessoa mais feliz. É sentir saudade à tarde de alguém que se viu pela manhã, é sentir-se bem humorado, conseguir ver a beleza nas pequenas coisas.


Na fase de namoro as pessoas sonham com um relacionamento perfeito. Ela imagina ter encontrado seu príncipe encantado; ele, a sua Cinderela. Os dois esquecem que o ser humano não é perfeito, e que devemos respeitar os limites de cada um, inclusive os defeitos.

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Quanto ao amor, este transcende o estudo de comportamento. A psicologia não tem um conceito único do amor. Sabemos que o relacionamento amoroso sempre existiu, porém sempre se modificando.


As mulheres de hoje são menos reprimidas, muitas tomam iniciativa para encontrar o amor, pois ninguém nasceu para viver sozinho. Importante é lembrar que o papel da sedução é de competência do homem e da mulher. No amor muitas vezes é até agradável perder o juízo, e conseguir viver intensamente momentos inesquecíveis.

Marilandes Ribeiro Braga, psicóloga e terapeuta sexual (Presidente Prudente-SP)


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