Sexualidade

O excesso de informação atrapalha a relação a dois?

02 jul 2009 às 22:26

Ao ligar a TV, nossas casas são invadidas por uma infinidade de informações. Revistas e jornais nos trazem um panorama de todo o mundo. Algumas dessas informações são importantes, nos fazem refletir, ficamos sabendo como outras pessoas pensam, agem. Informações da tv são descartáveis e pouco ou nada contribuem para o nosso crescimento. No Brasil, onde o índice de leitura não é dos mais elevados, a televisão se transformou no principal difusor de informações. É também uma indutora de comportamento. A roupa
usada por determinada atriz se transforma na roupa da moda. Algumas situações são inofensivas, outras, nem tanto.

Determinadas novelas e seriados, por exemplo, banalizam o comportamento sexual. Parece que há personagens que são criados apenas para transar e aquecer os índices de audiência. E não é raro que as cenas apelativas sejam veiculadas em horários inadequados.


A erotização desenfreada também atinge programas de TV por assinatura. Alguns seriados sobre o dia-a-dia de hospitais mostram médicos, enfermeiras e funcionários em constante tensão sexual. Fazem sexo no quarto do plantonista, no almoxarifado, nos quartos de pacientes. Enfim, insistem em mostrar uma conduta sexual que está longe da realidade.


O problema é que muitos desinformados acreditam que as situações vividas nesses programas fazem parte da normalidade do dia-a-dia das pessoas. Não percebem que é ficção. Não entendem que o sexo sem responsabilidade, em que todos ficam com todos o tempo todo, é uma exceção e não a regra do comportamento humano. A crença nessa realidade acaba por trazer frustração.


O sexo saudável é importante para o ser humano e mede a qualidade de vida do indivíduo. Uma pessoa que tenha um relacionamento sexual saudável, com afetividade, é mais feliz, vê a vida com mais alegria. Por isso, é preciso ter cuidado. As informações são importantes para o desenvolvimento das pessoas. Porém, é preciso que elas sejam analisadas e filtradas. Separar o que é bom do que é ruim. Separar a realidade da ficção.

Márcio D. de Menezes é médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual


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