Desempenho sexual é algo bastante individual. Não existem duas pessoas com o mesmo desempenho, pois isto depende de uma infinidade de variáveis físicas, psicológicas e comportamentais, que por sua vez dependem dos anseios pessoais e da experiência adquirida, da prática e do treinamento.
Mas há formas de melhorar esse desempenho. Duas das variáveis físicas, que apresentam papel mais do que fundamental no desempenho sexual da mulher, são a força e a coordenação motora dos músculos do assoalho pélvico (MAP). O grau de força e de coordenação influem radicalmente no prazer sexual tanto da mulher quanto do parceiro, no intercurso do ato sexual e na duração e intensidade do orgasmo.
A hipotonia (''flacidez'') da MAP reduz substancialmente o prazer. Por outro lado, uma musculatura bem tonificada não só mantém o prazer em índices gratificantes por praticamente toda a vida, como também pode - desde que bem treinada - proporcionar experiências incríveis para o casal.
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Quanto à coordenação motora, sua carência pode provocar contrações indesejáveis durante o ato sexual, podendo levar à chamada Síndrome do Vaginismo.
Estas contrações indesejáveis são comuns na primeira relação sexual da mulher, onde o receio inicial e a falta de conhecimento do próprio corpo podem fazer com que a MAP, e nos casos mais extremos até a musculatura dos glúteos e coxas, se contraiam, dificultando e tornando dolorida a penetração e o intercurso. Estes transtornos podem ser contornados por meio de exercícios de auto-conhecimento e consciência corporal, focados não só na MAP mas em toda a região genital.
O prazer durante o ato sexual depende da fricção do pênis no canal vaginal. Existe uma pressão interna, própria da vagina, notada principalmente após os primeiros centímetros da entrada do canal. Esta pressão é fundamental para que o sexo seja efetivamente prazeroso, mas normalmente ela reduz bastante com o passar dos anos, especialmente com o envelhecimento e a menopausa.
É a MAP que dá esta sensação de pressão interna na vagina, sentida tanto pela mulher quanto pelo parceiro, ou seja, enquanto a MAP estiver forte, esta pressão existirá. Em outras palavras, MAP fortes deixam a vagina sempre ''apertada''.
Com a musculatura enfraquecida esta sensação é reduzida, podendo as vezes nem ser percebida. Como é de se imaginar, o prazer sexual reduzido na relação pode desencadear os mais diversos graus de problemas entre o casal.
Por outro lado, pelo fato de o orgasmo ser um fenômeno vascular (dependente da circulação), MAP exercitados de maneira constante garantem uma boa circulação sanguínea e linfática de toda a região, favorecendo as condições necessárias para a obtenção de orgasmos mais satisfatórios.
Como para qualquer outra musculatura do corpo, a força da MAP pode ser aumentada através de exercícios de fortalecimento com carga progressiva (exercícios cada vez mais pesados conforme o condicionamento).
De modo semelhante ao aumento de força, o incremento na coordenação motora da MAP pode ser conseguido tanto por exercícios de contração simples quanto através pelo uso de acessórios.
Larissa Gregório, fisioterapeuta (Londrina)