Disfunção orgástica é a dificuldade que a mulher apresenta para alcançar o orgasmo na masturbação ou na relação sexual, ou em ambas. Dentro estas disfunções, podemos qualificar a mais séria delas, popularmente conhecida como frigidez, ou seja, anorgasmia total, que é a incapacidade de atingir o orgasmo clitoriano ou vaginal em qualquer época ou situação.
Na maneira leiga de entender as funções sexuais, a mulher desinteressada de sexo pensa que é frígida, ou seja, anorgástica, mas nem sempre isso é verdade, porque ela pode ter apenas uma disfunção de desejo, o que é facilmente tratável.
Temos ainda a disfunção orgástica parcial, que é a dificuldade da mulher atingir o orgasmo durante a relação sexual. Ela pode ser primária (quando nunca teve orgasmo na relação sexual) ou secundária (quando teve orgasmo vaginal e depois deixou de ter), bem como situacional (quando não tem orgasmos em determinadas situações).
Em um trabalho realizado pelo Núcleo de Estudos de Sexologia e Geriatria constatamos que 17% das mulheres estudadas apresentavam anorgasmia total; 10% situacional; 4% apresentavam anorgasmia parcial secundária; 11% anorgasmia parcial primária; 21% disfunção orgástica parcial associada à disfunção de desejo. Isso resultou na conclusão de que apenas 27% delas puderam ser consideradas normais; as 10% restantes revelaram outras alterações sexuais. A amostra estudada foi de 200 mulheres, com média de idade entre 35 e 52 anos, no período de julho de 1998 a julho de 1999, em Curitiba.
Existem várias causas de disfunção orgástica, portanto, é necessária uma avaliação correta para sabermos qual o diagnóstico e o tratamento indicado.
Marilene Cristina Vargas, médica pós-graduada em disfunção sexual (Curitiba) e membro do Comitê Científico da Sociedade Internacional de Orgasmologia New Delhi