A mulher atual tem experimentado um problema que era desconhecido pelas gerações anteriores: a TPM (Tensão Pré-Menstrual). A realidade das mulheres de antigamente era diferente, uma vez que elas estavam sempre grávidas e a média de menstruações durante a vida girava em torno de dez a 20 vezes.
Foi com o advento da pílula anticoncepcional que se pôde observar os altos e baixos emocionais. A partir do recurso contraceptivo a mulher passou a menstruar 12 vezes ao ano. Com isso, o número de episódios de TPM pode variar de 350 a 400, considerando-se o período fértil dos 12 aos 50 anos para as que atendem uma média de 2,4 filhos. Calcula-se um número de 500 episódios de TPM quando a mulher não tem filhos.
A sensação de bem-estar e uma antevisão mais positiva dos acontecimentos proporcionadas pelo estrogênio (hormônio responsável pelo bem-estar feminino) ocorrem nos primeiros 21 dias depois da menstruação, para a maioria de mulheres que ainda não atingiram a menopausa.
Os sintomas da TPM podem desencadear as mais diversas reações femininas, variando desde sensações de tristeza, angústia, pessimismo até pensamentos mais drásticos, como por exemplo, os pensamentos suicidas.
Estudos atuais revelam que uma em cada 25 mulheres apresenta um desequilíbrio hormonal tão grave que pode levar a alterações de personalidade. O advento da menopausa também representa um período marcado por várias alterações - emocionais, psicológicas e hormonais -, que diferem de uma mulher para outra.
Hoje em dia, a terapia de reposição hormonal tem permitido a superação desse problema. O desconforto físico e emocional da TPM, que acomete uma significativa parcela de mulheres, imprescinde de compreensão tanto da mulher que enfrenta o desconforto quanto daqueles que a cercam para que eventuais acidentes de percurso sejam evitados.
Esse fenômeno da TPM passa, muitas vezes, despercebido para a própria mulher que o vivencia sem consciência do seu funcionamento.
Em geral, o abalo provocado pela TPM nas relações significativas da mulher difere de outros momentos e da sua postura para lidar com os acontecimentos fora desse período do mês. É sob essa perspectiva que tanto o conhecimento do funcionamento particular de cada mulher sobre o seu ciclo menstrual como os meios adequados de lidar com essa realidade tornam-se relevantes e expressivos para a promoção do bem-estar geral nos relacionamentos - interpessoal, conjugal, amoroso, sexual e familiar.
Afinal de contas, evitar acidentes de percurso é dever de todos.
Margareth de Mello F. dos Reis - psicóloga e terapeuta sexual