A disfunção erétil é um distúrbio sexual que afeta mais de 25 milhões de homens no país, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A instituição revela ainda que a projeção da incidência no Brasil é 2,5 vezes maior do que a média mundial e, além disso, estima-se a ocorrência de um milhão de novos casos anualmente em território nacional. Dessa forma, para a entidade, o distúrbio deve ser considerado um problema de saúde pública.
"Existem vários fatores que podem interferir na disfunção erétil como o hábito de fumar, o diabetes, a obesidade, o alcoolismo, alterações endócrinas e alguns medicamentos para o controle da hipertensão arterial, além do avanço da idade, com aumento da probabilidade após os 50 anos. Há ainda os problemas de natureza emocional, como o estresse e a depressão, que podem interferir na vida sexual", afirma Marjo Perez, chefe da disciplina de Urologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
O professor explica que quando a doença ocorre por motivo orgânico, geralmente, tem uma evolução mais lenta, ou seja, o alcance da ereção piora progressivamente. "Nos casos de natureza psicológica, esse tipo de situação surge em um curto intervalo de tempo e costuma acontecer com os mais jovens. Entre os homens, principalmente os brasileiros, há uma expectativa de que a ereção deva ocorrer em todas as situações. Não é bem assim. Existem vários aspectos que podem interferir em seu desempenho, já que há dias em que é possível não estar com vontade e, ao forçar a relação, a ereção falha", explica Perez.
Ejaculação precoce
O urologista revela que o conceito de tempo para que a ejaculação possa ser considerada precoce é muito discutido, inclusive, em congressos. "Normalmente, classificamos como ejaculação precoce quando não há uma relação satisfatória, em função do tempo até a ejaculação. Existem casos em que há ejaculação antes de ocorrer a penetração ou imediatamente quando ela acontece", revela.
O principal motivo da precocidade na ejaculação é de natureza psicológica. "Sempre está relacionada à ansiedade. Fatores do dia a dia que podem aumentar a ansiedade, como cobrança no trabalho, excesso de atividades e prazos exíguos a serem cumpridos podem afetar o desempenho", afirma o médico.
No que diz respeito aos tratamentos, existem métodos de treinamento para prolongar a relação, além de medicamentos prescritos em casos de ejaculação precoce e de disfunção erétil. O uso de medicamentos que facilitam a ereção deve ser feito apenas com orientação médica. "Utilizá-los sem consultar um especialista pode camuflar alguma doença como alterações vasculares e endócrinas", alerta Perez. Esses medicamentos facilitam a ereção, porém há necessidade de um adequado estímulo sexual para que ela ocorra.
O especialista ainda chama a atenção para a venda clandestina desses medicamentos, que não são recomendados por não haver supervisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Não é possível saber se a fórmula e os componentes estão corretos", finaliza.