Sexualidade

Idosos podem ter uma vida sexualmente ativa?

27 set 2011 às 15:54

Durante muito tempo os idosos foram considerados pela sociedade seres assexuados. A valorização ou a preocupação com a vida sexual entre idosos era quase uma transgressão social.

Felizmente esse pensamento vem mudando muito devido ao esforço de profissionais das áreas da saúde, mas principalmente porque a população mundial vem envelhecendo e consequentemente os idosos vem se tornando um novo mercado consumidor.


A disfunção erétil atinge 67% dos homens com idade superior a 70 anos. Entretanto, pelo embaraço, preconceito ou desconhecimento de ambas as partes, médico e paciente, apenas 5% dessa população recebem tratamento.


Nessa faixa etária a disfunção erétil é um problema multifatorial: queda hormonal, diminuição da irrigação sanguínea peniana, presença de doenças crônicas debilitantes e eventuais efeitos colaterais de medicamentos agem alterando a ereção.


A disfunção erétil aumenta com o avançar da idade, mas não pode ser associada como um problema inerente ao envelhecimento. O homem não é portador de uma ''bateria sexual'' que se gasta ao longo da vida e impede a vida sexual. Uma vida saudável possibilita atividade sexual por toda a vida.


É verdade que as respostas sexuais humanas com o envelhecimento se alteram, mas essas alterações não impedem a atividade sexual. Em uma pesquisa com questionários, 59% dos homens casados com mais de 70 anos de idade mantinham relações regulares com suas esposas. Também nesse estudo 83% dos homens e 64% das mulheres se tocavam e estimulavam sexualmente.


Não se recomenda tratamentos para os idosos diferentes de outras faixas etárias, sendo que os fatores psicológicos e clínicos, que normalmente são valorizados na escolha do tratamento, como efeitos colaterais e disponibilidade do parceiro, devem ser ainda mais valorizados.


O ato sexual faz parte da interação do casal e manutenção dessa atividade aumenta essa interação, permitindo que continuem a ter prazer em uma idade onde culturalmente isto não era mais permitido.

Sílvio H. M. Almeida, Professor de Urologia da UEL


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