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Orientação sexual

Homofobia é problema de base educacional, diz psicóloga

Sexo e Comportamento - Folha de Londrina
11 set 2012 às 15:18

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- Divulgação
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A homossexualidade ainda é percebida, especialmente entre leigos, como um estigma, doença ou demonstração de sem-vergonhice. O aspecto mais básico do problema é o educacional, pois a sexualidade ainda é passada como algo sujo, vergonhoso, em especial no que diz respeito às manifestações entre as minorias sexuais.

Se passamos a uma criança a idéia de ser o homoerotismo uma distorção, será muito difícil que mais tarde ela possa ter uma visão diferente. Estudos demonstram que crescer é uma questão de moldagem, de ajuste a uma sociedade.

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Se os estereótipos culturais dessa sociedade forem muito rígidos, eles impedem o crescimento de seus membros. No entanto, se forem amorfos demais, a sociedade fracassa em prover seus membros dos meios necessários para a cooperação, e em pouco tempo ela se desintegra.

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A tendência dos estereótipos em resistir à mudança é essencial para a manutenção da sociedade, mas a flexibilidade é fundamental para a saúde da sociedade, pois oferece a chance de se atingir o ponto-chave de compreensão diante do novo. E é em sua ausência que as incompatibilidades quanto à homossexualidade repousam e criam os mais diversos modos de encará-la e até de abordá-la.

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Sendo o homem um ser bio-psico-social, enquanto bio podemos entender que ele nasce, entre outras características fisiológicas. É enquanto psico que ele aprende a expressar, a transmitir sua sexualidade dentro de um contexto. E é o componente social que determina terem as pessoas do sexo masculino de serem machos, enquanto as do sexo feminino devem ser femininas.


Com isso, quando o ser humano se percebe portador de desejo por outro do mesmo sexo, ele entra em crise, porque aquilo que sente não combina com o que é determinado socialmente. A questão da condição afetiva é determinada e aceita a partir da heterossexualidade. E é justamente aí que reside a incoerência, pois a orientação do desejo em relação à parceria afetiva é individual.

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A homossexualidade se caracteriza pela orientação do desejo afetivo-sexual por alguém do mesmo sexo, isto é, por um objeto amoroso e não pela escolha de um estilo de vida.


A confusão entre a condição homossexual e a escolha de vida representa grande parte do sofrimento. Se a homossexualidade é vivida como uma escolha de vida, ela tende a se manifestar em todas as áreas de inter-relação do indivíduo. No entanto, por temerem ser rejeitados, os homossexuais empreendem esforços no sentido de expressá-la nos ''guetos'', tentando escondê-la, ou ainda podem adotar a postura de luta incessante por aceitação.

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O que podemos contemplar é que não existe uma forma homossexual de lidar com o mundo, que não seja a estereotipada. Exemplo disso é acreditar que o homossexual é aquele que expressa características do sexo oposto. Ora, se o conceito de homossexualidade nos diz ser essa condição uma orientação amorosa por alguém do mesmo sexo, assumir características do sexo oposto é reproduzir o modelo heterossexual.


O que se deve ponderar, quando necessário, é o uso que a pessoa faz da sua sexualidade. É nesse uso que podemos nos deparar com prostituição, comportamentos sexuais bizarros, ligações de dependência patológica.


A resolução quanto à sexualidade reside no fato de perceber-se capaz de seduzir, ser seduzido e de poder discriminar com quem se deseja um envolvimento maior. Sob esta ótica, a homossexualidade pode ser considerada uma variante normal do comportamento sexual, assim como as diferenças inerentes à condição humana.

Margareth Reis, psicóloga clínica e terapeuta sexual no Instituto H. Ellis (SP)


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