A confirmação de uma gestação normalmente é acompanhada de sintomas básicos como o atraso menstrual, o enjôo matinal, as mudanças no corpo e uma maior sensibilidade em razão dos hormônios. Até aí, nenhuma novidade. O problema surge quando esses mesmos indícios de gravidez aparecem em mulheres com o desejo quase que incontrolável de gerar uma criança ou o oposto, quando temem tornarem-se mães. No entanto, a grande vontade para tal não é substituída por uma gravidez real, visto que apenas os sintomas são semelhantes è doença em questão, a gravidez psicológica.
Conhecida também como pseudociese, a falsa gravidez costuma atingir mulheres com algum tipo de impasse psicológico e que já tentaram engravidar em outra ocasião, porém sem sucesso, impossibilitadas por fatores fisiológicos, segundo a psicóloga Blenda de Oliveira. "A patologia apresenta as mesmas alterações físicas que uma mulher com a gravidez real, contudo, não tem a produção do hormônio beta HCG, encontrado em todas as mulheres no período gestacional", diz.
Trocando em miúdos, a falsa gestante sente exatamente os sinais comuns que acometem qualquer mulher grávida, porém, esta busca pelo anseio da maternidade ocorre apenas em sua mente, onde ela consegue fantasiar claramente a realização de seu desejo, mesmo diante da impossibilidade confirmada de não poder ter filhos. Seu universo particular permite que ela convença a si mesma, familiares e amigos de sua condição.
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Talvez uma das mais complicadas tarefas para solucionar a doença seja convencer a mulher de que ela não está, de fato, grávida. Este impasse psicológico gera grandes danos emocionais tanto para a paciente quanto para a família. Inicialmente, é necessário que os parentes observem os hábitos da vítima e caso conheçam o fato de que a mesma não pode engravidar, é essencial não demonstrar incredulidade ou fazer piadas da situação. "Buscar o atendimento médico e psiquiátrico é a atitude correta nesses casos", revela a psicóloga.
Ainda que os efeitos da descoberta da falsa gravidez possam ser devastadores, o tratamento consiste em facilitar a percepção da realidade e, com o avanço do acompanhamento, a paciente começa a assimilar que seu corpo, mesmo produzindo os mesmos sintomas de uma gravidez real, não dará vida a uma criança. O diagnóstico, nesses casos, é feito por meio de um exame de sangue que identifica a presença ou não do hormônio HCG.
Embora raros, a mulher que já passou por um episódio de pseudociese pode desenvolver o mesmo problema em outro momento da vida, tampouco é possível prevenir ou preparar-se para tal situação, visto que qualquer mulher, independente de faixa etária ou classe social pode sofrer deste transtorno. A principal dica da Dra. Blenda de Oliveira é que a paciente procure um ginecologista para avaliar suas condições físicas e dar o veredito se é possível ou não ter filhos. Mediante um não, é válido lembrar que a adoção é uma boa escolha.