O que define cada indivíduo como particular são os tipos de relações que este estabeleceu no decorrer de sua vida. Essas relações constituem um ''arquivo'', que serve como parâmetro para relações posteriores. O casamento não foge a esta regra. Quando um homem e uma mulher se unem, é porque um atende ao outro em suas necessidades, expectativas e desejos. Se perguntarmos a um casal: por que estão juntos? Por que se gostam? Muito provavelmente darão respostas diferentes, justamente por terem anseios diferentes.
Sabe-se que a gravidez é um momento singular para o casal e que, portanto, pode remeter a muitas vivências, tanto para a mulher quanto para o homem. Ela pode rememorar as histórias sobre o nascimento, sobre a infância, sobre as experiências com os próprios pais ou com aqueles que fizeram a função de cuidadores deste homem e desta mulher.
Estas lembranças podem trazer boas recordações, mas também dúvidas acerca do novo papel que está para ser vivido: pai e mãe. Sabemos que a relação sexual tem por fim a procriação da espécie, no entanto, ela é vivida também como uma intensa troca afetiva entre o casal.
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No período da gravidez, esta troca pode construir significados distintos dos antigos, pois está ocorrendo a entrada de um terceiro na relação, tendo o casal que se adaptar a esta nova fase, na qual muitas expectativas estão em questão, ou seja, o sexo do bebê que está para chegar, o desenvolvimento desta criança, o que vai mudar na rotina do casal, entre outras.
Esses elementos interferem na relação do casal a tal ponto que ambas as partes podem ter dificuldades para se relacionar sexualmente. Considera-se um problema psicológico tal questão quando esta dificuldade produz grande sofrimento, do contrário é mais um momento desconhecido da vida a ser desvelado por estes futuros pais.
Mitos e Verdades
- Mito: durante a gravidez o marido não tem interesse sexual por sua esposa
- Verdade: cada gravidez é vivida pelo casal de maneira singular
Paula Einstoss, psicóloga